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Medidas antipáticas e frota inchada deixam o trânsito curitibano menos violento

A Prefeitura de Curitiba diz com orgulho que a redução de 40% nas mortes em acidentes de trânsito na capital se deve às ações implantadas de 2013 para cá (veja o infográfico). Já para o médico e colunista da Tribuna Carlo Valério de Andrade, que trabalha em pronto-socorro, não foram só as ações da prefeitura que reduziram a quantidade de acidentes. O principal motivo, na visão dele, é o inchaço da frota, que deixou o trânsito mais lento. De acordo com o Detran, o número de veículos em Curitiba saltou quase 37% de 2007 a 2015: de 1,035 milhão para 1,415 milhão. A quantidade de carros cresceu 30%, de 751 mil para 980 mil. A de motos aumentou 40%.

Puxão de orelhas

Em 2010, Curitiba foi escolhida para compor o projeto Vida no Trânsito porque era a capital que mais matava no trânsito e a que tem a maior quantidade de veículos por habitante (1,3). Estudando as estatísticas do comitê curitibano do projeto, que dizem que 66,4% das mortes em 2014 e 70,1% em 2015 foram em ruas e avenidas, concluiu-se que era necessário reduzir a velocidade nos pontos com maior incidência de acidentes. Assim foi implantada a Área Calma, a Via Calma, a fiscalização e outras ações que obrigaram o motorista a tirar o pé do acelerador.

“Foram medidas antipáticas e drásticas. Com o crescimento desordenado das cidades, o desinteresse da população pelo transporte coletivo e as facilidades para se comprar um carro, o trânsito ficou desorganizado. Mexer com a infraestrutura no Centro, por exemplo, ficaria caro demais. Reduzir a velocidade congestiona? Sim. Mas não temos mais óbito (na Área Calma). Foi uma das formas de organizar o trânsito”, explica a secretária de Trânsito, Luiza Simonelli.

Medidas da prefeitura de curitiba para diminuir os acidentes de trânsito - Maio Amarelo

Medidas da prefeitura de curitiba para diminuir os acidentes de trânsito - Maio Amarelo

Medidas da prefeitura de curitiba para diminuir os acidentes de trânsito - Maio Amarelo