Arapuca!

Em pouco mais de dois meses, 2 radares na Marechal viram os campeões de multas

Os radares campeões de multas em Curitiba estão localizados no cruzamento da Avenida Marechal Floriano Peixoto e Rua João Viana Seiler, no Parolin. Os equipamentos autuam motoristas que ultrapassam a velocidade máxima de 40km/h, que avançam o sinal vermelho ou param sobre a faixa de pedestres.

Instalados na Marechal, pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), no fim de outubro de 2015, em poucos meses, os radares somaram 27.616 autuações e lideram o ranking da Setran em 2015, na comparação com todos os demais radares da cidade. Em terceiro lugar, com 9.060 multas emitidas, está o radar que flagra os condutores que insistem em fazer uma conversão proibida à esquerda, na Linha Verde sentido bairro, nas proximidades da Avenida Wenceslau Braz. Em 2013 e 2014, antes de ser desbancado pelos radares do Parolin, este local apresentava o maior número de infrações registradas por radares, lombadas ou outros dispositivos eletrônicos da capital, com 17.539 e 17.913 multas anuais.

Juntam-se a eles os outros cerca de 250 equipamentos de fiscalização eletrônica instalados em diversas regiões de Curitiba, que em 2015, totalizaram 347.450 multas emitidas. Multas que no ano passado totalizaram R$ 66 milhões em arrecadação.

Clique para ver a imagem em tamanho maior!

Menos acidentes

Segundo o coordenador de fiscalização eletrônica da Setran Márcio de Souza, a função dos radares é complementar o trabalho de fiscalização dos agentes de trânsito. E pra instalar um novo radar, ele explica que antes são realizados vários estudos. “Avaliamos o número de acidentes, o fluxo na via, a presença de pontos de interesse popular como unidades de saúde e supermercados, por exemplo, entre outros aspectos. Quando há uma solicitação da população, verificando se o mais adequado pro local é uma lombada física ou um radar eletrônico”, diz Souza.

O que dizem os motoristas? Confira o vídeo com o depoimento do motociclista Cláudio Dare

Segundo ele, além da criação das áreas calmas, nos últimos 20 anos, os radares vêm contribuindo com a diminuição de acidentes. No entanto, os motoristas que circulam por Curitiba ainda mantêm o hábito de “tirar o pé do acelerador” somente quando se aproximam de um radar. “Desrespeito à velocidade da via corresponde a cerca de 70% das multas aplicadas em Curitiba”, revela Souza, que ainda afirma há estudos em andamento sobre novas tecnologias de fiscalização eletrônica, mas não há previsão pra contratação ou instalação.

Pra especialistas, radares são benefícios pro trânsito seguro.

Custo x benefício

Para o advogado e professor de direito de trânsito Marcelo Araújo, os radares eletrônicos são benéficos, já que contribuem com um trânsito mais seguro. Contudo, o que pode ser questionado é a forma como o sistema é gerido. “Os contratos dos radares em Curitiba são questionados e investigados há muito tempo, inclusive pelo Tribunal de Contas do Estado. Por mês são cerca de R$ 400 mil desembolsados com a manutenção dos equipamentos, em uma conta que vem sen,do paga eternamente”, aponta.

Área Calma

Além disto, segundo Araújo, a retirada de radares de alguns pontos da cidade, pra que pudessem ser instalados nas áreas calmas também geram estranheza. “Será que nestes lugares não havia mais a necessidade de fiscalização com os radares? Os dados divulgados em novembro de 2015, sobre a área calma também não deixam claro se as cerca de 8 mil atuações registradas no mês, com a passagem de 600 mil veículos pelos radares, estão relacionadas a veículos únicos ou às passagens repetidas dos mesmos carros. Estes dados podem mudar os índices de multas x tráfego na área calma do centro de Curitiba. São estas situações e a maneira como algumas coisas podem ser manipuladas que causam preocupação e diminuem a credibilidade do sistema”, questiona.

Confira as nove infrações mais cometidas pelos motoristas de Curitiba