A vez do inquilino!

Proprietário que fizer jogo duro com inquilino vai ficar com o imóvel vazio

Diante de altas no custo de vida, quem procura imóvel para alugar em Curitiba, ou renegocia contrato, está percebendo, na prática, que o consumidor aumentou seu poder de barganha, tanto para barrar o reajuste do aluguel, quanto no ganho de qualidade dos imóveis ou das condições para fechar negócio.

Com 10.253 espaços residenciais disponíveis para locação na capital, o inquilino alcançou status de cliente especial.

O proprietário que insiste em não perceber, fica com imóvel vazio acima da média de seis meses.

Oferta

Segundo o Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), que acompanha mensalmente o setor, em cinco anos a oferta de imóveis residenciais para locação subiu quase 150% e segue pressionado pelas habitações há muito tempo à venda, mas com retração da economia e no financiamento habitacional, também são colocadas para locação, devido os custos com condomínio e tributos.

Os tempos mudaram

O crescimento da oferta de imóveis para locação aqui supera outras capitais como o Rio de Janeiro (7,4 mil unidades), Porto Alegre (4,4 mil), Brasília (4,3 mil) e Belo Horizonte (3,1 mil). Detalhe: a capital carioca tem população estimada em 6,4 milhões de habitantes, quase o triplo de Curitiba.

Tendência

“Há um ano ainda existia um equilíbrio razoável entre os espaços colocados para locação e os ocupados no mês, mas isso mudou. A tendência é que o mercado venha a se ajustar no futuro, já que os lançamentos imobiliários diminuíram e a necessidade de moradia é permanente”, analisa o presidente do Inpespar, Mauricio Ribas Moritz. Por ano, de acordo com a projeção do IBGE, uma cidade como Curitiba precisa atender 25 mil pessoas, entre 5 mil ou 6 mil famílias, no item moradia.

Desconto de 15%

Enquanto o cenário é favorável ao inquilino, a dica é garimpar a melhor oferta. Hoje, de acordo com o Inpespar, o valor médio do aluguel praticado em Curitiba é de R$1.169,80. Segundo Moritz, em geral, vem sendo comum o abatimento de 15% entre valor anunciado e contratado. A gerente de locação do Grupo Gonzaga, Lucia Shaicoski, ressalta que existem pontos positivos nesse período. “Os proprietários querem o cliente dentro do imóvel e cada vez é mais fácil a compreensão de que eles precisam tornar aquele patrimônio atraente investindo na manutenção e em melhorias”, aponta.

Renovação

No caso de imóveis em fase de renovação de contrato, Lucia reconhece que há muitos pedidos de isenção de reajuste. “Nos comerciais, em função da expectativa frustrada por conta da economia, há quem esteja negociando redução no valor ou a entrega do local”, admite.

Seguro-fiança

Um dos fatores que mais influenciam no fechamento de contratos é a necessidade da figura do fiador, já que além do constrangimento de envolver um terceiro na negociação, tanto o inquilino quanto o fiador não podem ter qualquer restrição de crédito e o fiador precisa possuir um imóvel registrado no nome.

Entrave

A solução para esse entrave gradativamente passou do adiantamento de três aluguéis, a popular caução, para a modalidade mais usual que é o seguro-fiança.

Normalmente, ele representa 25% a mais no valor do aluguel e é pago pelo inquilino, mas at&,eacute; isso está sendo negociado nesse momento de grandes estoques de imóveis.

Atrativo

O Grupo Gonzaga, por exemplo, lançou uma campanha que isenta o seguro-fiança do inquilino nos contratos que forem fechados até dezembro. “Conseguimos uma negociação com a seguradora em que o proprietário vai pagar 10% desse seguro, que é muito importante, já que indeniza o dono do imóvel até o despejo de um inquilino inadimplente”, explica Lucia.

É o seguinte!

Estamos ficando craques, aprendendo a nos virar na crise. E hoje vai mais uma ajuda do Paraná Online pra quem está mexendo com imóvel, tanto pro inquilino quanto para o proprietário. Negociar é a melhor saída.

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