Alimentação na RMC

Revista dá destaque para projeto de agricultura familiar

Pinhais foi destaque na revista “Cidades para o Futuro”, da Organização das Nações Unidas (ONU), por desenvolver projeto de agricultura familiar seguindo princípios como: promover boas práticas ambientais, segurança e soberania alimentares.

O projeto, do Departamento de Agricultura e Abastecimento da prefeitura, visa criar espaços na cidade para produção de alimentos, ervas medicinais e fitoterápicas. O reaproveitamento de materiais para transformar em adubo é incentivado.

No Centro de Atenção PsicoSsocial (Capes), por exemplo, o cultivo da horta serve de terapia às pessoas em tratamentos.

Cadastro

Ari Frozza, do Departamento de Agricultura, explica que famílias com renda até três salários mínimos podem se cadastrar no projeto (através das sedes dos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS). Em seguida, recebem a visita dos profissionais do departamento, que analisam o espaço disponível e dão orientações para inicio do cultivo e manutenção. A cada seis meses, a prefeitura cede adubo orgânico e mudas de verduras, hortaliças, condimentos e plantas medicinais. O objetivo do projeto não visa a comercialização.

Orientação

Cartilhas são distribuídas, explicando como fazer a horta, quais plantas podem ser cultivadas e suas funções. Não incentivam uso de agrotóxicos e explicam formas naturais de controle de pragas e insetos. O objetivo da prefeitura não é subsidiar totalmente as hortas, mas apenas incentivar as famílias a se manter por conta própria.

Casal cultiva plantas e hortaliças sem uso de agrotóxicos.

Horta de Maria e Maurílio

Um dos primeiros a aderir ao programa de agricultura familiar foi o casal Maria de Fátima e Maurílio de Melo, 62 e 67 anos. A dona de casa e o aposentado já faziam o cultivo no jardim, quando souberam da ideia da prefeitura e se tornaram entusiastas do projeto.
Do jardim da casa deles já saiu batata, inhame e cará, tomates de vários tipos, pepino japonês e caipira, pimentas, alface, almeirão, abóbora, cebolinha, salsinha, entre muitos outros que tornam essa lista cinco ou seis vezes maior.

A produção vai para os filhos do casal, parentes, vizinhos e amigos, já que os três adultos que moram na casa não dão conta de consumir tudo. Maurílio se orgulha de dizer que o seu cultivo não tem uma gota de agrotóxico. Ele aprendeu com o projeto da prefeitura fórmulas naturais para afastar pragas, como a mistura de álcool e alho que, pulverizada na couve, evita o pulgão.

Desafio dentro da cidade

Ari Frozza, do Departamento de Agricultura e Abastecimento, explica que Pinhais precisava aderir à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que prevê o desenvolvimento da agricultura. Mas quando ele pesquisou o zoneamento da cidade, percebeu que é 100% urbana. “Como incentivar a agricultura dentro da cidade? Pensamos neste projeto de agricultura familiar, mesmo que fosse feito em pequenos canteiros, jardins ou vasos, conforme o espaço que cada um tem disponível”, explicou. “As cidades estão acostumadas a vender paisagismo, não saúde”, disse Frozza, referindo-se ao uso de jardins e espaços públicos para a criação de hortas.

O que é

Segurança Alimentar

É um conjunto de práticas, normas e garantias para que todos tenham acesso a alimentação saudável, regular e permanente. Deve respeitar a diversidade cultural, ambiental, econômica e sustentáveis.

Soberania Alimentar

É a capacidade de produzir o próprio alimento, de forma periódica, sem interrup&cced,il;ão, e suficiente para seu consumo. É poder decidir livremente quanto a nossa alimentação.

Paraná Online no Facebook

Voltar ao topo