Ataque à imprensa

Equipe do CQC é agredida na Prefeitura de Matinhos. Confira o vídeo!

Uma equipe do programa CQC da Band (Custe o que Custar), foi agredida em Matinhos, no litoral, ao fazer uma reportagem sobre duas creches que foram construídas, mas não foram entregues à população. A reportagem foi ao ar na noite de segunda (24).

Uma dessas creches foi construída com recursos do governo federal e está abandonada sem prestar serviços à população. Ela nunca foi inaugurada, e está à mercê da ação de vândalos. Vasos sanitários e descargas já foram furtados. A obra custou quase R$ 1,2 milhão e deveria ter sido entregue em novembro de 2012.

O repórter Juliano Dip se veste de operário. Ele levou a placa da obra até a prefeitura. Reprodução Band

Em março deste ano, o empreiteiro Constante de Souza que atuou na obra, fez uma denúncia de desvio de verba durante audiência na Câmara de Vereadores em março deste ano. Ele diz que o valor de R$ 80 mil direcionado para funcionários da comissão de fiscalização da prefeitura. Até agora a câmara não se manifestou em investigar o assunto.

Alguns dos homens que seguiram a equipe do CQC pela cidade. Repare que são os mesmos que barram a entrada da reportagem na prefeitura.

O prefeito da cidade Eduardo Dalmora (PDT), não apareceu para receber a reportagem do CQC. No lugar dele, a prefeitura colocou quatro homens não identificados para seguir a equipe de reportagem na cidade. Quando a equipe entrou na prefeitura, os homens trataram de impedir o acesso do repórter Juliano Dip ao prédio.

Homem usando camiseta com a inscrição “Fiscalização”, agride o repórter. Reprodução Band

Ele chegou a ser agredido por um dos seguranças. Toda a ação foi documentada pela reportagem. Um outro homem que usava uma camiseta da Prefeitura de Matinhos, com a inscrição “Fiscalização”, também agrediu o repórter, além de fazer ameaças verbais ao pessoal do CQC.

Depois de muito alvoroço, a secretária Mirian concorda em dar entrevista, mas não explicou muita coisa./Reprodução Band

Depois de muita confusão, a secretária de Administração, Mirian de Fátima Zaninelli, veio até o saguão da sede da prefeitura para dar entrevista. Ela justificou que o atraso na entrega da creche se deveu a problemas com licitação. Ela não soube precisar uma data para que o prédio seja entregue à população.

Equipe é barrada na entrada da prefeitura. Segundo a reportagem, são os mesmos que os seguiram pela cidade./Reprodução Band

Antes de deixar a cidade, a equipe do CQC acionou uma equipe da Polícia Militar para prestar queixa das agressões sofridas e denunciar que foram seguidos por pessoas não identificadas. Eles foram escoltados pela viatura ao deixar a cidade.

Outro lado

Prefeitura justifica atrasos em razão de problemas com empreiteiras

O chefe de gabinete da Prefeitura, David Pancotti, en,trou em contato ontem à tarde com a redação do Paraná Online. Ele disse que as creches não foram entregues porque ocorreram muitos problemas com as empresas que executaram as obras.

“As empresas solicitaram aditivos inexistentes, houve atrasos nas obras”. Ele também apontou problemas construção que têm que ser corrigidos. “Uma das creches têm problemas nas janelas, algumas empresas foram multadas. Tudo isso está sendo discutido na esfera judicial”, afirmou.

Não há data para entrega das creches

De acordo com Pancotti, este procedimento provocou atrasos nas obras – uma das creches deveria ter sido entregue em 2012. “Quando isso acontece, temos que fazer nova licitação e tudo isso toma tempo”, justificou.

Ele não quis precisar uma nova data para entrega das creches, mas garantiu que atualmente as obras foram retomadas, embora não soubesse dizer o nome das empresas que assumiram os trabalhos. “Nós já temos todo o mobiliário para colocar nas creches e vamos entregar à população o mais rápido possível”, prometeu.

“Agressões são lamentáveis”

Sobre as agressões à equipe do CQC, David Pancotti lamentou pelo fato de ele e o prefeito Eduardo Dalmora estarem ausentes da cidade em outro compromisso quando a equipe esteve lá. “Foi lamentável. Mas, convenhamos: eles entraram na creche, pegaram a placa e trouxeram dentro da prefeitura e aí reclamaram que estavam sendo seguidos”, argumentou.

Sobre o fato de que os mesmos homens que perseguiram a equipe terem barrado a entrada do CQC na prefeitura, sendo que um deles agrediu o repórter, Pancotti não quis se pronunciar. 

Ele se limitou a dizer que tudo foi armado por um “vereador de oposição”, mas se eximiu de citar nomes. O único vereador que aparece na matéria do CQC é Ari Nomax (PMN). Ari vem insistindo para que a Câmara investigue uma denúncia de verbas nas obras das mesmas creches.

Equipe chamou a polícia e relatou que foi seguida por suspeitos e prestou queixa das agressões./Reprodução Band

Confira o vídeo.

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