Pagamento de salários atrasados fecha rua

A Rua Duque de Caxias, no bairro São Franscisco, em Curitiba, ficou interditada durante a tarde e boa parte da noite de ontem. Uma verdadeira multidão formada por ex-funcionários da Ambiental, que prestava serviços de limpeza à Prefeitura de Curitiba, foi até o Sindicato dos Empregados em Empresas de Conservação e Asseio de Curitiba e Região Metropolitana (Siemaco), receber o que a empresa lhes devia.

Cerca de R$ 850 mil foram depositados em juízo, na terça-feira, pela Prefeitura de Curitiba. Na quarta, uma liminar da 8.ª Vara Cível de Curitiba autorizou o pagamento aos funcionários. Edite Mulke trabalhava no Colégio Sadi de Souza, no Sítio Cercado. Há dois meses não recebia salário. Ontem, recebeu os dois meses atrasados, férias, além dos benefícios relativos aos vales-transporte e refeição. “Foi difícil. Ganhei uma cesta básica de um irmão. Minha vizinha teve que me emprestar dinheiro para pagar a conta da luz”, contou.

Valdelise Aparecida Rosa trabalhou um ano e oito meses no Colégio Papa João XXIII. Ela também estava esperando em frente ao sindicato para receber seu dinheiro. “Espero continuar trabalhando na outra empresa que vai prestar serviços à Prefeitura”, disse. O novo emprego de Valdelise e de todos os 1,4 mil ex-funcionários da Ambiental está garantido, segundo a presidente em exercício do Siemaco, Amália Hauer Bach.

Ela explicou que, pelo acordo feito, a novas empresas que assumirão a limpeza das escolas municipais irão incorporar o quadro da Ambiental. “Há garantia de estabilidade. Todos, inclusive as grávidas, vão ser contratados”, garantiu. Amália aproveitou para agradecer à equipe da 8.ª Vara Cível pela agilidade na questão. Ela lembrou que amanhã os funcionários assinam os contratos com as novas empresas.

O presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Seac-PR), Adonai Aires de Arruda, explicou que a Prefeitura de Curitiba vai contratar emergencialmente, entre quatro e seis empresas para o serviço de limpeza nas escolas, até o final do ano. Em paralelo, nova licitação será feita. A Ambiental rescindiu o contrato com o município, alegando não ter mais capacidade para cumpri-lo. “Nós indicamos doze empresas, para que a Prefeitura escolha quais vão fazer esse serviço de emergência”, revelou.

Escolas

O primeiro dia sem os serviços da Ambiental foi tranqüilo. Como os funcionários têm o desejo de continuar trabalhando nas escolas, alguns chegaram a comparecer ao trabalho. Foi o caso das nove auxiliares de serviços gerais da Escola Municipal Herley Mehl, no Pilarzinho. “Elas vieram pela manhã e depois foram receber no sindicato. Amanhã elas voltam”, informou o diretor da escola, Roldão Bonfim de Alcantara. Ele disse que não houve prejuízo para a instituição.

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