Espera doída

Aposentada tenta conseguir prótese para voltar a andar

Desde 2007, a aposentada Madalena Bordenowsi, de 70 anos, tem atravessado os piores anos de sua vida após sofrer uma série de acidentes que comprometeram sua perna direita. Na espera por uma prótese, Madalena apenas entrou na fila em 2014, apesar da dificuldade e das dores que vêm sentido nos últimos oito anos.

O pesadelo de Madalena começou quando ela apanhava o ônibus Bairro Novo B. Ao descer pelas escadas, o motorista arrancou enquanto ela ainda estava realizando o desembarque. A consequência da falta de atenção do motorista a levou ao Hospital do Trabalhador, com várias escoriações e com um trauma no joelho. “Depois que apertei o botão pra descer, o motorista ainda percorreu uma quadra comigo estando metade pra dentro e metade pra fora do ônibus”, lembra.
Até então ela trabalhava como chefe de cozinha em um bingo próximo à sua casa. “Não teve jeito e o médico da previdência disse que nem precisaria mais retornar pra novas avaliações, pois seria automaticamente aposentada por invalidez”, explica.

No final de 2013, a situação piorou quando ela sofreu um novo acidente enquanto tentava se recuperar das antigas cicatrizes. “Passei a andar com muita dificuldade e numa reforma dos pisos de casa acabei escorregando em um azulejo”, conta.

Depois disso foi encaminhada pra fila de espera pra receber a prótese. “Não entendo por que demorou tanto pra entrar nesta fila, se passei os últimos anos sofrendo com esta perna. Espero que ao menos ainda esteja viva quando chegar minha vez, pois o que mais queria era poder ficar em pé mais uma vez”, diz.

Dores cada vez maiores. Foto: Felipe Rosa

Situação cadavez pior

Atualmente ela reduziu os remédios pra conter as dores, mas ainda recorre ao posto de saúde e mantém constantes consultas no Hospital do Trabalhador pra verificar se conseguirá a prótese. “Os médicos aconselharam diminuir os medicamentos, pois ando com o coração fraco. Às vezes tenho que tomar morfina com soro, ajuda a amenizar um pouco. Mas como faz tanto tempo que estou assim, meu ombro e meu outro joelho começaram a seu muito usados e também doem muito”, revela.

De acordo com Secretaria Municipal da Saúde, que administra a fila de pacientes de Curitiba que aguardam pela cirurgia, não há previsão pra que a aposentada receba prótese. Atualmente, a ortopedia geral realiza 1.200 consultas por mês na Unidade Municipal de Saúde. Após essas consultas, pacientes em estado grave, como Madalena, são encaminhados pros hospitais, onde aguardam pra receber nova avaliação pra poderem entrar na fila pra receberem prótese.

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