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Servidores se unem em passeata para pressionar governador Beto Richa

As praças Santos Andrade, Rui Barbosa e Tiradentes, além das ruas que dão acesso ao Palácio Iguaçu, estão tomadas por servidores estaduais na manhã desta terça-feira (19). A expectativa do Fórum das Entidades Sindicais (FES), que reúne 14 sindicatos de funcionários públicos do estado, é que em torno de 100 mil pessoas possam aderir ao protesto contra a política de reajuste do governo estadual, que na semana passada anunciou o índice de 5%, dividido em duas parcelas.

A manifestação conta com caravanas de vários municípios. A maior adesão é da APP-Sindicato, que representa os professores. Enquanto isso, o governo Beto Richa (PSDB) deve determinar nesta semana quando serão dadas as duas parcelas do reajuste.

Na frente da Assembleia o clima era tranquilo por volta das 10h de hoje. Muitas pessoas estavam na Praça Nossa Senhora de Salete comprando itens para apoiar o movimento dos professores e servidores públicos. Por volta das 11h, os professores fecharam a rua Barão do Serro Azul e semguem em direção ao Centro Cívico. O trânsito ficou complicado em alguns pontos.

Para o professor da Unioeste, Cláudio Roberto Marquette, a população está na luta com os professores. “A manifestação tem recebido muito apoio do povo. Depois do governo aprovar leis ilegais de maneira autoritária como no dia 29, ele ainda pretende reajustar o salario do funcionalismo abaixo da inflação”, avaliou.

Reajuste

De acordo com fontes próximas ao governo, a ideia agora é fechar nos próximos dias os estudos determinando quando seria possível conceder os dois degraus do reajuste. Para isso, estão sendo feitos cálculos de impacto financeiro do projeto. E esse anexo deve ser colocado junto com o projeto para envio à Assembleia.

Os locais escolhidos pelos servidores são a Praça Santos Andrade (pro pessoal vindo do interior) e Praça Rui Barbosa (Curitiba, Região Metropolitana e Litoral). A partir daí, os dois grupos se encontrarão na Praça Tiradentes e de lá seguirão pro Palácio Iguaçu.

A manifestação conta com caravanas de vários municípios. Foto: Henry Milleo

Greve geral

O FES orientou os sindicatos filiados a cruzar os braços nesta semana por tempo indeterminado. Antes de ser deflagrada, a greve precisa ser aprovada pelos trabalhadores de cada sindicato. Servidores da saúde, de universidades estaduais, agentes penitenciários e educadores sociais estão com assembleias marcadas pra debater o assunto.

UEL parada

A greve dos servidores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) continua por tempo indeterminado. A decisão foi mantida em assembleia realizada na manhã de ontem, que contou com cerca de 400 técnicos-administrativos. A manutenção da greve reforça o clima de greve geral dos servidores públicos. Os servidores da UEL reivindicam um Plano de Cargos e Salários, reposição da inflação e repasse às universidades. Na semana passada, os professores confirmaram a paralisação e aprovaram a suspensão do calendário letivo e do vestibular da UEL

Calendário escolar pode virar o ano

A APP-Sindicato, que representa os servidores da educação, avisa que os professores não voltarão às salas de aula sem garantias concretas de recuo do governo do Paraná em relação ao índice de reajuste salarial proposto ao funcionalismo. C,om isso, já existe a possibilidade de continuar as aulas de 2015 em janeiro de 2016. Após dois períodos de greve (o primeiro de um mês, o segundo chegando a isso) a hipótese de encerrar o calendário em dezembro vai ficando cada vez mais difícil.

Deputados na mira

Os deputados que votaram a favor do projeto de reforma da previdência seguem sendo alvo de protestos dos funcionários públicos, em todo o Paraná. Ontem, a casa do líder do governo na Assembleia Legislativa, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), amanheceu “enfeitada” com faixas e cartazes contra ele. Os parlamentares que ficaram fiéis ao governo na votação do último dia 29 são chamados de “inimigos da educação”.

Os manifestantes colocam os cartazes, permanecem durante algum tempo diante da casa e depois saem. Sabem que o material logo é retirado, mas depois voltam pra fazer tudo de novo. “Acho que faz parte do jogo esse tipo de manifestação. Mas considero um pouco injusto”, diz Romanelli.

Professores se reúnem no Centro de Curitiba para protestar contra medidas tomadas por Pedo Richa. Foto: Diego Ribeiro