Revolta

Professores fazem novo protesto no centro de Curitiba

A sede da Delegacia da Receita Estadual, na Rua Lourenço Pinto Pinto, no centro de Curitiba, teve a manhã desta quinta-feira (14) bastante movimentada, por causa de dois acontecimentos coincidentes, sem ligação um com outro. Pouco depois das 9h, policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço investigativo do Ministério Público do Paraná (MP-PR), entrou no local. Apreendeu vários documentos e levou três funcionários detidos que, segundo informações iniciais, seriam auditores fiscais. O MP-PR apenas confirma que está ocorrendo uma operação do Gaeco, porém só dará detalhes depois que a ação for concluída.

Pouco antes das 10h, professores da rede estadual de ensino fizeram uma manifestação em frente à Receita, em prol da negociação salarial da categoria que está em andamento com o governo. Eles colocaram diversas faixas pretas e cartazes na fachada, além de um caixão na escadaria, colocando a culpa da greve dos professores no governador Beto Richa. A manifestação está prevista para ocorrer em todo o Paraná, na frente das sedes das Receitas Estaduais.

Com caixas de som, diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP – Sindicato) pedem que governador aceite pagar pelo menos a reposição da inflação nos salários dos professores, de 8,17%. “Mas segundo soubemos de deputados, circula nos corredores que o Beto fala em dar 5% e parcelado. Já o secretário Mauro Ricardo diz que não quer dar reposição nenhuma, 0%”, afirmou uma das diretoras do sindicato, que preferiu não ter o nome divulgado.

Corrupção

Nos discursos dos diretores da APP no microfone, eles justificaram porque, de forma simbólica, se reuniram em frente à Receita: “As taxas e impostos que pagamos são muito altos. Onde está o dinheiro? Por que não tem para nos pagar pelo menos a inflação?”, diziam. “O Beto e os deputados ganharam aumento salarial. O calote que o Beto deu na Paraná Previdência era para o estado não ficar sem dinheiro. Agora no início do ano tivemos aumentos absurdos de luz e IPVA. O Tribunal de Contas está direto aprovando as contas do Estado. Dizem que o Paraná, de novo, bateu recordes de arrecadação. Então onde está esse dinheiro todo? Por que não tem para pagar os servidores, sequer o reajuste da inflação? O que estamos querendo dizer aqui é que está se criando uma cortina de fumaça e ninguém está enxergando a corrupção. O que é para ser investigado, não está sendo feito”, esbravejou uma das manifestantes.

A primeira greve dos professores deste ano durou 29 dias e consumiu 18 dias letivos. Esta segunda já está em seu 18.º dia e acredita-se que, quando for encerrada, os alunos deverão ficar sem as férias de julho, além de ter aulas aos sábados e em dias que, normalmente, se dão os recessos de feriados, para que consigam concluir os 200 dias letivos obrigatórios.