Insegurança!

Em protesto, agentes penitenciários param tudo

Os agentes penitenciários do Paraná pararam as atividades e se mobilizaram, nesta segunda-feira (30), em frente ao Complexo Penitenciário de Piraquara para cobrar respostas da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp). A princípio, serão três dias de paralisação de todas as unidades do Estado e, durante este período, as movimentações diárias nos presídios serão comprometidas.

A manifestação é uma resposta à morte de dois agentes penitenciários em menos de 15 dias. Na noite de domingo (15), o agente Marcelo Fernando Pinheiro foi morto enquanto trabalhava, dentro do presídio semiaberto de Guarapuava, centro do Estado. No começo da tarde deste sábado (28), o agente Cleverson Curupana, 38 anos, foi morto no Rio Verde, em Colombo.

O agente trabalhava no Centro de Detenção Provisória, em São José dos Pinhais, e estava afastado das atividades por causa de uma fratura no pé. De acordo com a Polícia Militar, o crime deste final de semana foi cometido por homens que estavam em um Nissan Versa, que havia sido roubado pela manhã do mesmo dia, em Piraquara. Os atiradores fugiram no veículo e depois atearam fogo no carro, que foi abandonado no bairro Jardim Osasco.

Como ato de repúdio aos dois crimes, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) organizou a manifestação e parou as atividades. “Estamos há algum tempo denunciando o caos no sistema penitenciário e clamando por medidas que resolvam o problema. Até agora nada aconteceu”, diz a vice-presidente Petruska Sviercoski.

De acordo com Petruska, a explicação de que a morte do agente de Guarapuava foi um fato isolado, dada pela Sesp, já não é mais aceita pela categoria. “Estamos reféns do crime organizado e os agentes não sabem mais se voltam para a casa, tanto no serviço, quanto na folga. Tivemos algumas medidas feitas pela Secretaria, relacionadas a Guarapuava, mas o que aconteceu no final de semana mostra que, ao contrário do que disseram, não foi um problema pontual e sim o reflexo do que está acontecendo no Estado inteiro e que precisa ser resolvido com urgência”, lamenta.

Atividades

Os agentes pararam praticamente todas as atividades. Durante os próximos três dias, apenas os serviços de urgência serão prestados aos presidiários. Não haverá banho de sol, nem atendimento de advogados e saída para a escola interna do presídio. “Apenas atendimentos básicos serão atendidos, o que inclui alimentação, emergências médicas e escoltas judiciais”, explica a vice-presidente.

De acordo com a categoria, os agentes penitenciários enfrentam o ponto mais crítico que já viram no Paraná. “E precisamos de medidas urgentes para que possamos trabalhar com segurança. A princípio, paramos três dias, mas esse período pode se estender por mais tempo, dependendo da categoria, que deve definir o futuro em assembleia geral”.

Sesp

Até o momento, não houve nenhuma sinalização por parte do governo do Paraná, conforme o Sindarspen. A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), através da assessoria de imprensa, diz que não está medindo esfor&c,cedil;os para reforçar a segurança nos presídios.

A Sesp esclareceu ainda que a Polícia Civil do Paraná está trabalhando diuturnamente para prender os responsáveis pela morte do agente de cadeia. “Há um delegado destacado exclusivamente para elucidar este caso e a investigação está bem próxima de identificar os autores dos disparos. Por enquanto, a polícia não pode dar detalhes sobre o caso para não colocar em risco a investigação”, diz a nota.