Meu Deus!

Passagem de ônibus em Curitiba sobe para R$ 3,30 a partir de sexta

A partir da próxima sexta-feira (06), quem usar o transporte coletivo de Curitiba pagará mais caro pelo serviço. Com aumento de 10,5%, o valor da tarifa passa de R$ 2,85 para R$ 3,30. Os passageiros que escolherem usar o cartão-transporte gastarão um pouco menos: cada passagem custará “apenas” R$ 3,15. Segundo a prefeitura, quem usa o dispositivo terá 30 dias com a tarifa congelada.

De acordo com nota da prefeitura, o atual reajuste não cobre a inflação acumulada desde 2013, ano em que aconteceu a última alteração no preço da tarifa, que ficou em 12%. O salário dos trabalhadores, que corresponde a 50% dos elementos que compõem o preço técnico, teve reajuste de 20% em dois anos.

Já a tarifa técnica, custo operacional do sistema, deverá ficar em R$ 3,60. Para calcular esse valor, a prefeitura tem levado em consideração “os percentuais de reajuste dos itens que compõem a planilha de custos do sistema e projetando uma variação salarial dos trabalhadores próxima do INPC dos últimos 12 meses”.

“Não temos condições de repassar todo impacto do reajuste dos trabalhadores, dos insumos e da remuneração das empresas para o consumidor. Chegamos a um valor que sequer recompõe a inflação do tempo em que a tarifa ficou congelada e estamos mantendo o subsídio. Para garantir a integração, estamos reduzindo o subsídio pago pelo Estado a valores de 2012, quando foi criado o subsídio”, explicou Roberto Gregório, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável por gerir o sistema.

Subsídio

Motivo da maior queda de braço entre o governador Beto Richa e o prefeito Gustavo Fruet, o subsídio que permite a sobrevivência da Rede Integrada de Transporte (RIT) deverá ficar a cargo da prefeitura. No total, o valor assumido pelo executivo municipal é de R$ 2 milhões, no entanto, corresponde somente às linhas urbanas.

“Se o estado concordar, o valor por ele repassado será exclusivo para atender a região metropolitana, visto que legalmente o transporte intermunicipal é de responsabilidade dos Estados. Mesmo assim, se o estado não concordar com os valores, para manter a integração a Prefeitura de Curitiba sugere que o subsídio estadual seja repassado diretamente às empresas metropolitanas, sem passar pelos cofres do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC)”, afirmou a prefeitura.

Trabalhadores

Motoristas e cobradores devem entrar em breve em negociação com os representantes patronais na tentativa de reajustes no salário e também nos benefícios. Atualmente, a categoria pede aumento de 17% no salário, porém, a prefeitura pensa em oferecer 7%.

De acordo com a administração do município, qualquer valor excedente ao planejado poderá prejudicar a saúde financeira do sistema de transporte coletivo.

Impasse com o MP-PR

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu na tarde desta terça-feira que a prefeitura reconsidere a decisão de cobrança diferenciada para quem usa cartão-transporte e os passageiros que pagam com o dinheiro. Segundo o promotor de Justiça Maximiliano Ribeiro Deliberador, o serviço prestado é o mesmo, não podendo haver diferenciação na tarifa.

O argumento do MP-PR é de que, em situações semelhantes no Rio de Janeiro e São Paulo, a cobrança diferenciada foi considerada ilegal. Entretanto, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o sistema de precificação alternativa é adotado amplamente. 

Vídeo

Na tentativa de explicar à popu,lação como funciona o cálculo da tarifa do transporte, a prefeitura criou um vídeo demonstrativo. Confira abaixo e tire as suas própria conclusões:

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