Lá vem aumento

Prepare o bolso: Fruet diz que preço da passagem deve variar de acordo com as linhas

Após o caos no qual ficou a cidade de Curitiba, em virtude da paralisação dos motoristas e cobradores do transporte público, o prefeito Gustavo Fruet concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (28), em que apresentou a versão da prefeitura para o problema. Na manhã desta quinta-feira (29), segundo levantamento da prefeitura de Curitiba, 83,93% da frota estava em circulação.

Fruet ressaltou que o governo enfrenta a pior crise financeira e fiscal da história da administração pública e explicou que, apesar de se tratar de um débito expressivo, “não podemos reduzi-lo a uma mera briga política”. O prefeito de Curitiba ainda disse que “não é lógico que um sistema que movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano paralise porque não houve o pagamento de R$ 5 milhões”.

Num outro momento, porém, Fruet deixou claro que a crise se atenuou por conta de interesses políticos. “Em 2012, pela primeira vez, coincidentemente num ano eleitoral, houve um subsídio do governo do Estado, em um montante de R$ 64 milhões”, atestou.

De acordo com o prefeito, existem três alternativas para resolver o problema do transporte na cidade: 1 – aumentar a tarifa para algo entre R$ 3,60 e R$ 3,80; 2 – Uma repactuação com o governo do Estado, no qual a prefeitura receberia um subsídio; 3 – Estabelecer tarifas diferenciadas, de acordo com as linhas de ônibus, incluindo aquelas referentes à Região Metropolitana de Curitiba.

“Estamos no limite da tolerância, inclusive nas relações pessoais. Ou se repactua, ou a crise vai aumentar”, alertou Fruet. (Foto: Fellipe Gaio)

Com relação ao subsídio, Fruet afirmou que o valor de 2014 ainda não foi totalmente repassado à prefeitura, acumulando um débito de mais de R$ 16 milhões, o que dificulta uma repactuação com o Estado. Segundo ele, “esta questão é uma bomba-relógio prestes a explodir. Estamos no limite da tolerância, inclusive nas relações pessoais. Ou se repactua, ou a crise vai aumentar”.
Segundo ele, a licitação feita em 2010 absorveu o déficit no sistema de transporte público, acumulado em cerca de R$ 250 milhões. Dois anos depois, em uma nota divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), a dívida reaparecia num total de R$ 200 milhões.

Fruet disse também que a integração está assegurada, mas nos próximos dias, provavelmente na sexta-feira (30), deverá ser definida uma nova tarifa técnica para a passagem de ônibus, que começará a valer no domingo (01). No entanto, o valor ainda não foi divulgado porque depende do comportamento do governo estadual no desenrolar da crise.

Fruet lembrou que o reajuste da tarifa é retroativo, o que significa que quanto mais tempo levar para que se chegue a uma solução para a crise do transporte público em Curitiba, mais cara ficará a passagem para o usuário do sistema.