Perigo

Cerol quase corta a garganta de motoqueiro no bairro Portão

A brincadeira de alguém quase terminou em tragédia para um motociclista, na tarde dessa quinta-feira (22), no bairro Portão. Ele seguia pela Avenida Presidente Kennedy, quando teve a trajetória interrompida por um fio de pipa, que atingiu o pescoço dele.

O acidente ocorreu próximo ao cruzamento com a Rua Gastão Poplade. O motociclista, de aparentemente 30 anos, quase teve o pescoço degolado pelo fio. Ele foi socorrido pelo Siate e pelo Samu e levado em estado grave ao Hospital Cajuru.

“O quadro dele é estável, mas ele teve uma lesão bastante extensa com exposição da traqueia”, afirmou a médica Micheli, do Samu. Ela alertou aos pais que conscientizem os filhos sobre os perigos de soltar pipa, principalmente quando é usado o cerol. “Esse rapaz por pouco não perdeu a vida por causa de uma irresponsabilidade”, disse.

Vai passar cerol na mão?

O cerol é mistura de cola de madeira com pó de vidro, muitas vezes aplicada nas linhas de pipas ou papagaios para cortar a de outros colegas. Seu uso e venda são proibidos por lei e o infrator está sujeito a multa e prisão. A proibição ocorre pelo perigo que as linhas com cerol representam tanto para quem as usa como para quem trafega onde são empinadas as pipas.

De acordo com o major Vasco, do Corpo de Bombeiros, as principais vítimas são motociclistas, seguidos de ciclistas e pedestres. Pela velocidade e falta de proteção no pescoço, quem anda de moto está mais exposto a ferimentos graves. Essa variação perigosa da brincadeira de soltar pipas deve ser denunciada à Guarda Municipal (telefone 153) ou Polícia Militar (190), para que acidentes ou mesmo morte sejam evitados.

As partículas de vidro usadas para produzir o cerol podem ferir também quem o manuseia. “O vidro pode cortar e entrar na corrente sanguínea no caso de corte acidental e prejudicar órgãos internos”, comentou Vasco. O perigo também aumenta caso a linha entre em contato com fios de alta tensão. Com o cerol, a proteção dos cabos é rompida e a eletricidade se propaga mais rápido, aumentando o risco de choque para quem só queria se divertir.