No Paraná

Hanseníase pode deixar de ser problema de saúde pública

O Paraná está próximo de eliminar a hanseníase como um problema de saúde pública. Os números foram apresentados neste sábado (22), na cerimônia de abertura do 13° Congresso Brasileiro de Hansenologia, realizado em Curitiba até está terça-feira (25).

Atualmente, o estado apresenta uma taxa de prevalência da doença de 0,9 por 10 mil habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como meta para eliminação da hanseníase menos de 1 caso por 10 mil habitantes. A taxa do Brasil é de 1,7 por 10 mil.

Segundo o levantamento apresentado pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o Paraná é o estado brasileiro que oferece a melhor identificação de contactantes de hanseníase. “Esta vigilância é fundamental para eliminação da doença. Porque identifica a raiz do problema”, afirmou. Barbosa destacou ainda que a hanseníase ainda é um problema social gravíssimo porque os casos estão concentrados em áreas de pobreza.

Em 2014, o Brasil registrou 31.004 casos da doença, sendo 2.439 em menores de 15 anos. No mesmo ano, o Paraná detectou 557 casos, sendo oito em menores de 15 anos.

Doença

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que se manifesta principalmente na pele, com manchas esbranquiçadas e avermelhadas, dormência, caroços pelo corpo e bolhas nas mãos e braços. A doença também compromete os nervos periféricos, podendo causar deformidades nas mãos e pés.

Uma vez diagnosticado e iniciado o tratamento, o paciente não transmite mais a doença. O tratamento, que tem duração de seis meses a um ano, é à base de medicamentos e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.

Cuidado

Outro destaque para o Paraná é para o cuidado integral ao cidadão com hanseníase, com a retomada das cirurgias reabilitativas. Quando o paciente é diagnosticado tardiamente, a doença pode deixar sequelas que causam muitas dores e incapacitam para o trabalho.

Desde 2012, dois hospitais do Governo do Estado: o Centro de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba e o Hospital Eulalino Ignácio de Andrade, em Londrina, já realizaram mais de 200 cirurgias reabilitativas. Os pacientes atendidos nestes hospitais também recebem acompanhamento multidisciplinar para que consigam ter mais qualidade de vida.