Desfalque milionário

Empresários investem em segurança para evitar roubos

De pneus a televisores, passando por alimentação e perfumaria, as perdas relacionadas ao furto de mercadorias em supermercados provoca um impacto milionário nas perdas registradas pelos estabelecimentos do Paraná, em meio a uma cifra bilionária no âmbito nacional, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Para se ter ideia do quanto isso significa em valores, enquanto o setor supermercadista paranaense estima faturar R$ 19,5 bilhões em 2014, acredita-se que pelo menos 1,9% desse total será subtraído por perdas envolvendo desde mercadorias danificadas ou que extrapolaram a validade, até o furto e consumo interno, que respondem por pelo menos metade disso, 0,95%, o equivalente a R$ 167 milhões. No Brasil, as perdas registradas pelo setor são ainda maiores, ficam na faixa de 2,52%.

O coordenador do Comitê de Prevenção das Perdas da Abras, Eder Ismael Motim, explica que as situações envolvendo mercadorias “não identificadas”, ou seja, de itens que deram entrada na loja e não foram devidamente pagos pelo consumidor, têm inúmeras qualificações. Podem envolver desde erros de registros, esquemas entre fornecedores e funcionários, apenas entre colaboradores, furtos do público externo e os dois juntos.

“Já houve caso de quadrilhas com supostos clientes e funcionários, que simplesmente escolhiam alguns itens para registrar no caixa. Em um determinado supermercado, o suposto consumidor passou pelo caixa e pagou R$ 175, em uma compra que valia R$ 2,6 mil”, revela Motim.

A prevenção de perdas exerce uma importância fundamental no negócio, porém, a regra é de que os investimentos nessa área não superem as despesas. “Prevenção de perdas envolve três pilares: pessoas, processos e tecnologia. E no quesito pessoas, trabalhar o engajamento da equipe e a conscientização é fundamental. Só que o custo das ações nesses três itens não pode superar as perdas, já que impacta no custo operacional da atividade”, explica. “Algo que o consumidor pode fazer para nos ajudar é não utilizar produtos dentro da loja”, sugere.

O coordenador explica que, no caso da rede Condor, cerca de 10% da folha de pagamentos é com profissionais da área de prevenção de perdas. Ele lembra que esse investimento em funcionários diretamente envolvidos com essa área, mais a tecnologia empregada para evitar esse tipo de prejuízo, bem como a melhoria dos processos está atrelada a estratégia da rede. “O Condor se preocupa em reduzir suas perdas para transferir oportunidade de um preço melhor para o consumidor”, destaca.