Furões flagrados

Estudantes invadem tubo para não pagar passagem

A estação-tubo Professora Maria Aguiar Teixeira, na Avenida Affonso Camargo, Capão da Imbuia, sofre diariamente com a ação de alunos dos colégios da região, que pulam as catracas para não pagar a passagem. Os “furões” agem geralmente nos horários de saída dos estudantes e atuam principalmente na estação-tubo do sentido terminais Centenário e Pinhais.

Na manhã de ontem, por volta do meio-dia, a reportagem da Tribuna flagrou a ação dos “furões”. Durante pouco mais de 30 minutos, cerca de 40 alunos entraram sem pagar passagem da Linha Centenário. Os estudantes acessam o biarticulado pelas portas de saída de passageiros, 2 e 4, pulando ou forçando as catracas. Alguns motoristas, observando a ação dos adolescentes, não abriam as portas de saída durante a parada. Mesmo assim, alguns alunos se arriscavam ao pular no vão entre o ônibus e a estação-tubo para entrar pela porta de entrada, de número 3.

Quem mora e trabalha na região afirma que a ação ocorre todos os dias. Uma funcionária de uma empresa da região, que entrou em contato com a Tribuna pelo aplicativo de celular Whatsapp, através do número (41) 9683-9504, disse que os alunos cometem a infração sem a menor cerimônia. “Eles pulam, forçam a catraca e até invadem o tubo. E o cobrador não pode fazer nada, porque os alunos estão em maioria e sempre ameaçam”, relata a trabalhadora, que preferiu não revelar a identidade.

Uma moradora da região, que também não quis se identificar, utiliza diariamente a estação-tubo Professora Maria Aguiar Teixeira. Ela contou à reportagem que os estudantes correm risco ao tentar furar as catracas dos tubos. “Eles entram em bando, empurrando tudo o que veem pela frente. E como a proteção é baixa, não sei como até hoje ninguém caiu no asfalto, com o ônibus ainda se aproximando. Sem contar que alguns deles se arriscam entre a estação-tubo e o biarticulado”, ressalta.

A moradora ainda estranha como a prefeitura de Curitiba ainda não tomou providências para diminuir a ação dos “furões” no sistema de transporte público. “Isso deve gerar um prejuízo absurdo, mas nunca vi uma viatura policial acompanhando os tubos nos horários de pico. Tem que colocar guardas, câmara e mais grades”, sugere.

Gerson Klaina
Guarda Municipal só chegou depois que estação-tubo já estava vazia.

740 “furadas” por dia

Segundo um levantamento realizado na semana que passada pela Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), órgão que fiscaliza o sistema de transporte público da capital, em apenas um dia 65 pessoas furaram a catraca da estação-tubo Professora Maria Aguiar Teixeira sentido bairro. Em toda Curitiba, ainda de acordo com estimativa da Urbs, 740 pessoas por dia passam pelas catracas sem pagar a tarifa.

A Urbs também informa que fiscais, motoristas e cobradores são orientados a não intervir em situações como esta, quando há grandes grupos agindo. Os profissionais só são autorizados a intervir quando a infração é cometida por apenas uma pessoa. Em relação aos motoristas que não abrem as portas de saída quando verificam que há a possibilidade de infração, a Urbs afirma não faz esse tipo de orientação e alerta que a prática é proibida e passível de infração.

O diretor da Guarda Municipal de Curitiba, inspetor Claudio Frederico de Carvalho, informou que a corporação mantém nas ruas da capital nove viaturas que realizam especificamente aç&otil,de;es de proteção do transporte público. No entanto, segundo o inspetor, “são viaturas que rondam as canaletas e terminais e que atuam nas mais variadas situações, inclusive na de furo de catraca”.

“Temos conhecimento desse tipo de ação, mas muitas vezes elas migram de uma estação-tubo pra outra. Por isso pedimos que os cidadãos liguem no telefone 153 para denunciar. Só assim podemos fazer ações mais rápida e pontuais”, conclui.