Alerta

Bombeiros alertam para os perigos de se banhar em cavas

Com as temperaturas lá em cima, o calor inesperado faz com que bombeiros reforcem o alerta para que as pessoas não entrem em cavas. Desde janeiro, mais de 20 pessoas morreram afogadas em cavas da região metropolitana e mais de 700 casos de afogamentos foram registrados em todo o Paraná.

Apesar de números assustadores e as incansáveis orientações dos bombeiros, das prefeituras e da Defesa Civil, é praticamente impossível impedir que as pessoas entrem nas águas perigosas. As cavas são espaços irregulares em que não é possível saber a profundidade. O terreno irregular e a água turva impedem o banhista de ver onde pisa. A pessoa pode estar no raso, mas ao dar um passo, perde o contato com o solo. “O interior delas é desconhecido. Existem pedaços de galhos, muita terra, tudo que acaba prendendo a pessoa de forma que ela não consegue voltar à superfície”, explica o capitão Leonardo Mendes dos Santos, do Corpo de Bombeiros.

Pra ajudar

“Ao ver alguém se afogar, jamais entre na água. O esforço que uma pessoa precisa fazer para salvar outra é grande e pode ser fatal para ambas”, alerta o oficial. Segundo o capitão, ao tentar socorrer uma pessoa que se afoga, a pessoa pode passar de herói à vítima. “Entre os sintomas principais estão cãibras e vômitos, indícios de total exaustão. O que faz com que a outra pessoa se afogue também”.

A única forma eficaz de ajudar quem se afoga é jogar qualquer objeto em que a pessoa se agarre e seja possível puxá-la até a margem. “Galhos grandes, cordas e até ripas de madeira podem ajudar”, explica o capitão. O estepe do carro também pode ser usado. “Se a pessoa não estiver presa a nada no fundo da cava, ela consegue se segurar em objetos flutuantes até a chegada dos bombeiros. Mas é importante que, enquanto uma pessoa tenta ajudar a vítima com objetos, outra deve imediatamente chamar o socorro”, orienta.

Mesmo que escape das armadilhas das cavas, a vítima precisa de atendimento médico. “Ela engoliu água do local. Essa água é contaminada”, explica Leonardo, que reforça as cavas, sem exceção, devem ser evitados. “Não vamos cansar de pedir que a população colabore e jamais mergulhe nestes locais”.

Afogamentos

De janeiro a setembro deste ano, foram registrados em todo o Paraná 778 casos de afogamentos em todo o Paraná. Destes casos, 48 pessoas morreram e, 24 foram na região metropolitana da capital. Em 2013, foram registradas 65 mortes e 1.071 casos de afogamentos.