São Francisco

Mirante será a nova sede da Academia Paranaense de Letras

A situação lamentável em que se encontra o Mirante Belvedere, no São Francisco, deve se transformar em breve. Na próxima sexta-feira será assinada pelo governo do Estado a transmissão do espaço para a Academia Paranaense de Letras, que vai instalar ali sua nova sede. A mudança traz esperança para o local, que por enquanto representa um risco para quem trabalha e mora na região.

Após a transmissão do imóvel, será realizado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) um projeto de revitalização em toda a Praça João Cândido, onde fica o mirante. A presidente da Academia Paranaense de Letras, Chloris Justen, conta que os estudos duraram mais de um ano. “No início a proposta teve uma reação dos acadêmicos, mas a previsão de que o espaço se libertaria das condições que está e o envolvimento de todas as autoridades para recuperar o espaço nos deixaram muito felizes”, comemora.

De acordo com Chloris, ao receber o prédio, a Academia se compromete a oferecer como contrapartida ações que valorizem a história do Paraná e que serão realizadas com toda a comunidade, especialmente com as escolas. “São ações em favor da cultura paranaense”, destaca.

Felipe Rosa
Fotógrafo do Paraná Online flagrou usuários de drogas no local.

Medo

Enquanto as mudanças na Praça João Cândido não começam, moradores e trabalhadores convivem com o medo. Quem passa por ali diariamente diz que os assaltos não têm hora para acontecer. Na tarde de ontem, o repórter fotográfico do Paraná Online, Felipe Rosa, entrou no prédio e encontrou uma situação de muita sujeira e abandono. Dois homens utilizavam a casa para usar drogas e os espaços estavam todos depredados, com fezes e até animais mortos.

“Tá feia a coisa. Tem assalto até de manhã, uso de drogas e pessoas fazendo sexo”, denuncia uma funcionária do Museu Paranaense que, por medo, não quis se identificar. “Tem venda de drogas aqui também. Esses dias quase fui assaltada. Disseram: ‘me passa a bolsa ou eu passo a faca’, mas aí saí correndo”, contou outra mulher, que também teme por sua segurança. “A Guarda Municipal vem aqui, mas eles escondem as drogas e depois que os guardas vão embora eles pegam tudo outra vez”, completou.

O garçom e churrasqueiro Darci Oliveira Gomes mora na região há 12 anos e evita sair de casa depois do anoitecer. “Está triste. Que imagem os turistas vão levar da cidade?”, questiona. Todos os integrantes de sua família já foram assaltados, inclusive durante o dia. “Não tem horário”, lamenta.

Paraná Online no Google Plus

Paraná Online no Facebook