Caro, mas econômico

Especialista diz que tarifa é alta, mas carro custa muito mais

Entre especialistas e população, as opiniões sobre andar de carro ou ônibus se dividem. Para o especialista em mobilidade urbana Lafaiete Neves, o alto custo da tarifa do transporte público de Curitiba afasta novos usuários. Hoje, a passagem de ônibus custa R$ 2,70. “É muito cara. Já foram entregues quatro estudos técnicos à prefeitura e Urbs que mostram que a passagem pode sim ser baixada. Não dá pra competir com carro. Andar de carro em Curitiba é mais barato. Se a pessoa fizer caminhos alternativos, ela chega mais cedo em casa e no trabalho. E se pegar um engarrafamento, ela ainda sai no lucro”, ressalta.

Na opinião de Neves, a falta de gestão do transporte público faz com que o sistema de transporte público esteja ultrapassado. “Qualquer cidade da Europa com 30 mil habitantes conta com quatro modais de transporte público. Aqui em Curitiba temos apenas um que atende grande parte da população. Estamos parados no tempo e é claro que a população vai preferir andar de carro”, explica.

Mas a reportagem do Paraná Online encontrou nas ruas da capital gente que prefere andar de ônibus a se locomover de carro, apesar de sofrer com atrasos e lotação nos horários de pico. A estudante de fisioterapeuta Débora Frangullys não tem carro, mas afirma que se tivesse um veículo na garagem preferiria andar de ônibus. “É mais barato e menos estressante. Mesmo pegando um ônibus cheio quase todo o dia, acho que não encararia esse trânsito todos os dias. ânibus é mais tranquilo e mais barato”, diz.

Moradora do Tatuquara, dona Livrada Rosa toma três ônibus por dia para chegar no trabalho. Mesmo possuindo um veículo, ela também afirma que prefere andar de ônibus por Curitiba. “Tenho carro na garagem, mas só uso nos finais de semana, quando tem menos trânsito na cidade. Mesmo pegando três ônibus para ir trabalhar e mais três pra voltar pra casa, é mais em conta usar o transporte coletivo. E além da economia, me estresso menos. Esse transito está muito perigoso”, conta.

Gerson Klaina
Livrada prefere deixar o carro na garagem e ir ao trabalho de ônibus.

Urbs busca atrativos

De acordo com o presidente da Urbs, Roberto Gregório, o órgão tem realizado esforços conjuntos com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal de Transito (Setran) para melhorar e ampliar o sistema de transporte público da cidade. “A faixa exclusiva é uma experiência muito positiva. Além disso, vamos melhorar a linha Inter II, que não será um BRT em sim, mas contará com vias exclusivas. Temos pela frente a abertura de três novos terminais: CIC Norte, Capão da Imbuia, que será reformado e ampliado, e o da Praça Eufrásio Correia”,
detalha.

Gregório também comenta que estão em andamento estudos para ampliar e modernizar o sistema de pagamento de tarifa por cartão. “A utilização do cartão transporte como meio de pagamento das tarifas atrai usuários, pois deixa o sistema de transporte público mais seguro, pois não tem dinheiro circulando, e mais prático, já que a incidência de filas diminui consideravelmente com o cartão”, ressalta.

Trânsito

Para os donos de empresa de ônibus, é preciso fazer o trânsito fluir para fazer com que o transporte público se torne atrativo para população. “Os ônibus lotados e os atrasos são reflexo de um transito caótico. Não adianta colocar mais ônibus se eles não andam. Até mesmo na canaleta. O ônibus precisa andar. Assim ele chega no horário e não gera pontos e tubos cheios”, afirma Lessandro M,ilani Zem, vice-presidente do Sindicato das Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp).

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