Bolso Inteligente

Momento é bom para conseguir desconto na compra de imóveis

Se até a parte que vende admite que o consumidor é, no momento, o lado mais forte na negociação para a aquisição de imóveis em Curitiba e Região Metropolitana, a percepção de quem está procurando uma oportunidade de fechar um bom negócio há tempos é ainda mais clara. O mesmo comprador que se assustou, nos últimos anos, com a escalada de preços do metro quadrado na capital, em 2014, passou a receber uma segunda ou terceira proposta de preço para o mesmo empreendimento com descontos que chegaram a 50%.

Além de barganhar preço, quem está comprando também pode incluir itens como piso em todos os cômodos, cozinha completa e outros adicionais para se convencer em fechar negócio. O empresário Hugo Pontoni, 37 anos, e a engenheira Adriana Regina Tozzi Pontoni, 35 anos, sabem detalhar essa flutuação de preços e de abordagens à medida que as forças foram mudando de mãos no mercado imobiliário. Há cinco anos, o escritório montado no apartamento do casal, de 88 m2, precisou ser transformado em quarto para a chegada da filha deles. “A ideia inicial era trocar o nosso apartamento por um acima de 100m2 e não conseguimos tamanha a valorização”, recorda a engenheira Adriana. “Acabamos optando por ficar no nosso apartamento e reformá-lo para a chegada de nossa filha. Mesmo assim, desembolsamos R$ 50 mil nas obras que, basicamente, envolveram a quebra de duas paredes, novo rodapé e gesso”, acrescenta Hugo.

Marco André Lima
Casal sentiu mudanças no mercado imobiliário.

Até 50% de desconto

A situação no próprio apartamento do casal refletiu a mudança no patamar de preços. O imóvel de Hugo e Adriana valia R$ 89 mil em 1998 e hoje, mesmo com 16 anos a mais na idade de construção, é comercializado entre R$ 390 mil e R$ 400 mil. “Mesmo tendo o nosso apartamento e mais economias para a entrada, não encontramos um imóvel no padrão de localização tamanho e prestação que encorajasse a mudança”, explica Adriana. Neste ano, entretanto, o casal passou a receber de imobiliárias e construtoras procuradas anteriormente, propostas dos mesmos imóveis ainda vazios ou devolvidos (aqueles vendidos nas plantas, mas que os compradores desistiram antes do financiamento).

“A impressão que dá é que estão leiloando os empreendimentos que restaram, tanto que uma dessas ofertas chegou a abater em 50% o preço inicial do imóvel”, afirma Hugo. “Normalmente sãos as unidades de andares mais baixos ou que batem menos sol. E mesmo com essa redução, o valor continua muito alto. Falam em R$ 700 mil como se fosse uma quantia fácil de conseguir reunir ou financiar dentro de uma parcela que não comprometa o resto do orçamento”, aponta Adriana. Mais do que isso, os dois demonstram desconfiança sobre a formação do preço. “Não querem falar em bolha, mas como o mesmo imóvel novo que antes saía por R$ 1,5 milhão, agora dá para ser negociado por R$ 750 mil”, questiona.

Momento de bons negócios

Da parte de quem vende, tais ofertas já estão desaparecendo, mas o momento continua propício a bons negócios para o comprador. “Tivemos um primeiro semestre muito fraco, mas a curva já está ascendente embora de maneira ainda muito lenta”, explica o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig. “Para o consumidor que tem pelos menos 20% do valor do imóvel pretendido, a hora é agora para realizar um negócio realmente vantajoso, com bons descontos ou vantagens como viagens, cozinha completa, pisos e metais para o imóvel. Quem esperar baixar mais, vai se frustrar no ano quem vem”, avisa Selig. O ritmo de vendas do setor, que nos primeiros seis meses de 201,4 estava entre 30 e 35 dias para o fechamento de um negócio, agora, está em três semanas.

O economista e coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo (UP), Lucas Dezordi, acredita na recuperação da economia e do setor imobiliário para o segundo semestre de 2015. “Quem quer comprar deve observar se tem segurança no emprego, de 20% a 30% do valor de entrada e ir ao mercado com uma meta clara de receber um desconto entre 10% e 20% e boas condições de financiamento”, explica.

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