Outra hora, outro preço

Prefeitura estuda baratear a tarifa fora dos horários de pico

A tarifa diferenciada por horário pode ser a próxima grande mudança no sistema de pagamento do transporte público em Curitiba. A implantação de valores diferenciados ainda está em estudo pela Urbanização Curitiba S/A (Urbs) e não deve entrar em vigor antes de 2015. “Esta é uma das possibilidades que estamos estudando para ver que tipo de desconto poderia ser feito com o uso do transporte público fora do horário de pico”, explica o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior.

No estudo também estão sendo avaliadas as linhas que apresentam maior concentração de usuários e os horários mais atrativos. A alteração do sistema de recarga do cartão passa a ser em reais, e não mais em créditos, a partir de 1.º de agosto, o que vai permitir a cobrança diferenciada das tarifas de domingo e da linha Circular Centro, que custam menos que a tarifa convencional, hoje em R$ 2,70.

Um sistema semelhante de tarifa diferenciada por horário está em estudo pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU), no qual os passageiros teriam 10% de desconto no uso de ônibus fora do horário do pico. Porém, a prefeitura local pediu um estudo mais aprofundado do impacto que a mudança pode causar na tarifa e a implantação foi adiada.

Em Curitiba também não há uma previsão de impacto na tarifa. O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) se mostra favorável à mudança e afirma estar acompanhando as avaliações feitas pela Urbs. “O Setransp acompanha todos os estudos e projetos que envolvem o transporte público porque suas filiadas são responsáveis pela operação do sistema”, explica o presidente do sindicato, Maurício Gulin.

Já o professor Lafaiete Santos Neves, especialista em transporte público que integrou a Comissão de Análise da Tarifa, criada ano passado pelo prefeito Gustavo Fruet, não reprova as ações, mas aponta que são insuficientes para mudar o transpor público e atrair mais usuários. “Tenho acompanhado o transporte público ao logo de 30 anos e acho que cobrar tarifa diferente em horários entre picos não vai alterar a questão em nada. Não vai atrair mais passageiros”, comenta.

Para ele, a solução é simples: basta reduzir o valor da tarifa técnica. “Fizemos 106 recomendações para que a tarifa técnica fosse reduzida, este mês completa um ano deste trabalho e nada foi feito. É até uma falta de respeito com a comissão. Mas é simples, se quiser atrair mais passageiros tem que baixar o preço da tarifa. Hoje ela é tão alta que compensa você usar seu carro particular”, critica.

Estudos

Segundo o presidente da Urbs, outras mudanças estão próximas de ser implantadas pela autarquia. O início das alterações aconteceu com a implantação do cartão de transporte avulso e a autorização para que o sistema de recarga não seja mais em créditos, mas em reais, para facilitar a cobrança diferenciada das tarifas. Mas outras mudanças estão em estudo.

Porém, apenas o cartão pré-pago está previsto para ser implantado até o final do ano. As demais só devem ocorrer a partir de 2015. “Estamos estudando a ampliação do sistema e tudo depende da receptividade destas medidas. Isto é algo que vamos avaliar nos próximos meses. O estudo é feito por grupos de trabalho que trouxeram uma série de contribuições”, explica Gregório.

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