Cidade sem ônibus

Curitibanos iniciam sexta-feira sem transporte coletivo

Curitibanos enfrentaram, mais uma vez, problemas no transporte coletivo. A cidade amanheceu sem ônibus nas ruas da cidade. Os veículos nem chegaram a sair das garagens.

Ao contrário de ontem, quando os ônibus rodavam sem a cobrança das passagens, hoje nem os motoristas trabalharam. No centro da cidade, na estação-tubo da praça Carlos Comes, os passageiros estavam com esperança de conseguir um ônibus. “Trabalhei a noite toda e preciso ir para casa. Agora não sei o que fazer, disse o vigilante Ricardo Conceição, que mora no bairro Boqueirão.

Há um impasse sobre quem barrou a saída dos ônibus. O certo é que passageiros estão tendo que se virar para poder chegar aos seus destinos.

Por conta disso, as ruas da cidade estão congestionadas e os táxis bastante requisitados.

A falta dos ônibus é fruto da paralisação motivada pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). Ontem os ônibus circularam normalmente com a catraca livre.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), o movimento com catraca livre custou a Curitiba o equivalente a R$ 2,484 milhões.

Ao longo do dia de ontem, apesar da greve dos cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, os usuários do serviço não enfrentaram grandes problemas. De acordo com a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), empresa responsável por gerir o sistema, a circulação dos ônibus era normal. Porém as empresas Graciosa e Marumbi, que atendem cidades vizinhas e que são gerenciadas pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), não liberaram seus veículos para rodar.

Mesmo com a ordem de permitir que os passageiros entrassem sem pagar, alguns ônibus de São José dos Pinhais, das linhas Urano e Curitiba/São José, estava com cobrador e exigindo o pagamento da tarifa. Segundo o Sindimoc, fiscais da Urbs estavam no Terminal Guadalupe ordenando que os motoristas não parassem no local para que houvesse a cobrança das passagens. A situação teria durado uma hora e meia.

Futuro incerto

A Urbs e o Setransp entraram com um liminar tentando declarar ilegal a greve branca, no entanto, a medida foi indeferida, já que Ana Carolina Zaina, desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), considerou a mobilização legitima em audiência realizada nesta quarta-feira (25).

As duas entidades pediam que fosse exigida uma frota mínima de veículos circulando com cobradores. A alegação não foi aceita, já que no documento emitido durante a reunião no TRT a desembargadora não especificava a necessidade de ter cobradores para que os veículos circulassem.

A orientação do Sindimoc aos trabalhadores era para que, nesta sexta-feira, os ônibus circulassem sem cobrador novamente. Entretanto, as empresas podem impedir que os veículos deixem suas garagens.

Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, argumentou que é oneroso para as empresas permitirem que seus veículos rodem sem que o valor da tarifa seja cobrado. Para o sindicalista, como Curitiba foi palco nesta quinta do último jogo da Copa do Mundo na cidade, as empresas resolveram se “solidarizar” à paralisação.

Felipe Rosa
Moradores de São José dos Pinhais foram os que mais enfrentaram problemas.