João Paulo II

Bosque do Papa será símbolo do novo santo em Curitiba

“Quero visitar Curitiba!”, disse João Paulo II. E não ficou só na vontade: veio, arrastou multidões, e marcou a cidade para sempre com a sua mensagem de fé e bondade.

Neste domingo (27), a Igreja Católica vai torná-lo santo, coroando 27 anos de pontificado (1978-2005) e uma vida inteira dedicada aos ensinamentos de Jesus Cristo. O gesto só formaliza o que os fiéis já haviam cantando em altos brados no dia 2 de abril, um dia após a sua morte, na missa rezada na Praça São Pedro. Lá, milhões de pessoas já o haviam aclamado “santo, súbito!” (santo, já!).

Com a santificação, as pessoas que conviveram com Karol Wojtyla estão crentes que seu legado de amor e bondade está mais vivo do que nunca.

Orações e festa no Bosque do Papa

Maior colônia polonesa no Brasil – com aproximadamente 400 mil pessoas em Curitiba e Região Metropolitana – e segunda maior do mundo, a capital paranaense recebe a notícia da canonização de João Paulo II de maneira especial e prepara uma programação festiva para domingo. Para aqueles que deixaram a Polônia e se estabeleceram no Brasil, a canonização do papa representa a confirmação de sua santidade.

O papado de João Paulo II foi um ponto de transformação para a Polônia, que em 1978 ainda vivia sob o regime comunista. Para os que fizeram parte desta história, a nomeação de Karol Wojtyla significou o início da libertação. “Lá (na Polônia) a gente vivia no tempo do regime comunista, todo mundo já sabia que alguma coisa boa iria acontecer, que ele seria o começo de grande mudança. Desde a primeira visita que ele fez à Polônia, quando ele falou em Varsóvia para um milhão e meio de pessoas, ele disse que o Espírito Santo iria renovar a face da Terra”, lembra Tadeu Kawalec, 60, mais conhecido em Curitiba como Tadeu do Pierogi, conterrâneo do futuro santo.

“O comunismo iria desaparecer, viria a liberdade religiosa, política, a democracia. As pessoas poderiam viver em plena liberdade política e de pensar. E aí aconteceu o que aconteceu: dez anos depois caiu o muro de Berlim, a União Soviética se desmanchou toda. Realmente esse Espírito Santo começou a renovar a face dessa Terra”, arremata o Tadeu do Pierogi.

“Nosso próprio hino diz ‘um dia chegaremos a Roma’. E minha vó dizia que a Polônia estava com tantas dificuldades, mas as pessoas acreditavam que iriam receber uma graça muito grande de Deus. Éramos uma nação que ficou 120 anos sob domínios, não tínhamos mais independência, nem nossa bandeira. Depois desse período a Polônia já não existia mais, estava completamente desaparecida, então ela volta como país, com sua bandeira, sua referência, seu símbolo, livre”, completa a fundadora da Braspol (Representação Central da Comunidade Brasileiro-Polonesa no Brasil), Danuta Lisicki de Abreu, 76.

Espaço Sagrado

Curitiba também se destaca pelo Memorial da Imigração Polonesa, conhecido como Bosque do Papa, criado em homenagem à visita de João Paulo II à capital em 1980. Neste local, serão realizadas as festividades pela canonização, especialmente na casa de tronco original que abriga a Capela em homenagem à Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia, e que foi abençoada pelo futuro santo. O bosque já é considerado um local sagrado e terá um altar em homenagem a João Paulo II.

A partir da canonização o parque deverá receber ainda mais fiéis em peregrinação. “Vai se tornar um local de romaria, um local sagrado, sacro. Era isso que o papa queria, que a capela fosse um local de orações, de fato de encontro das pessoas e onde as pessoas se sentissem bem, leves e em paz”, garante Danuta, que também coordena as ações do parque. Ela conta que será criado um novo tipo de programa para receber os visitantes, além de maior identificação da relação do espa&cced,il;o com o papa.

Programação:

14 horas

1. Abertura – Banda da Polícia Militar do Estado do Paraná;

2. Projeção do filme da visita do Papa João Paulo II a Curitiba;

3. Projeção de fotos alusivas a visita;

4. Gravações – Palavra do Papa João Paulo II nas cerimônias da visita;

15 horas

1. Explanação sobre a Divina Misericórdia;

2. Recitação do Terço da Divina Providência;

3. Oração do Santo João Paulo II;

4. Apresentação de corais Polônicos: Coral João Paulo II de Curitiba: Coral Padre Carlos Dworaczyk da Colônia Murici e Coral Sant’Ana de Abranches;

5. Saudação das etnias;

6. Procissão saindo da capela conduzindo os quadros de N.S. de Czestochowa, da Divina Misericórdia e de São João Paulo II e da Relíquia de São João Paulo II.

16 horas

1. Revoada de pombos;

2. Celebração da Santa Missa em Ação de Graça – Celebrante: Provincial Pe. Casemiro Dlugosz;

3. Homilia: do Reitor Pe. Zdzislaw Malczewski – Co-celebrantes: padres presentes;

4. Apresentação da Relíquia de São João PauloII;

5. Homenagens: Caroline Drozcz*, Helena Skalski** e Danuta Maria Lisicki de Abreu***;

6. Entoação pelos corais e público do canto João de Deus;

7. Pronunciamentos das autoridades presentes;

8. Retorno dos celebrantes a capela;

9. Benção do altar e descerramento da Placa Comemorativa;

10. Portal histórico simbolizando a canonização de São João Paulo II.

Exposição da Braspol de Painéis da vida do Papa João Paulo São João Paulo “… Para se sentir Polonês”. Palavras do Papa João Paulo II a Emigração Polonesa e aos Polônicos.