Caminho de devoção

Procissão do Senhor Morto é marcada pela fé e emoção

A Rua Marechal Deodoro foi o ponto de encontro entre milhares de fiéis que caminharam de três igrejas – Nossa Senhora do Guadalupe, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Senhor Bom Jesus – em direção à Catedral Basílica, compondo a Procissão do Senhor Morto, realizada na Sexta-feira da Paixão. Muitos dos participantes diziam seguir há anos esse ritual como forma de vivenciar o sofrimento e a morte de Jesus Cristo.

Em família ou sozinhas, as pessoas acompanharam o cortejo cantando e rezando com devoção. A aposentada Rozely Boasczyk, quase vizinha da Igreja Nossa Senhora do Guadalupe, diz que em nove anos, apenas uma vez a chuva a impediu de seguir o caminho até a Catedral. “Sigo a Quaresma fazendo muitas orações e reflexões. A fé sempre me ajudou a carregar a minha própria cruz. Se acreditar, a vida se torna mais fácil”, explica. “Assim como nos alimentamos, necessitamos do sustento espiritual em nossas vidas, porque seremos cobrados do que fizemos do nosso tempo aqui”, ensina.

Em busca de uma cura para as dores nos pés e na panturrilha, o aposentado José Noronha preferiu tirar os sapatos e descalço pela procissão. “Vi uma senhora idosa descalça e achei que deveria fazer o mesmo. É um sacrifício em homenagem a quem tanto fez por nós”.

Ele vinha da Nossa Senhora Perpétuo Socorro, mas apenas na Rua Conselheiro Laurindo teve essa “inspiração”. Algumas quadras depois, já próximo da Marechal Floriano, ele revelou que os pés pareciam estar melhores. “Não estou sentindo a dor”, atestou.

Ambos também seguiram as demais tradições do dia como comer pouco e não ingerir carne. A assessora de qualidade Adriane Cândida veio com toda a família. O marido dela é ministro da Igreja Nossa Senhora Perpétuo Socorro e dois dos três filhos coroinhas.

Além de seguir o ano litúrgica ela considera importante a proposta da época de Quaresma. “Mais do que não comer carne, ou fazer jejum, o que mais importa é a reflexão e o que a gente se propõe a retratar”, ressalta.

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