Na base da pressão!

Com greves, servidores conquistam bons reajustes salariais

Prestes a fechar o primeiro trimestre de 2014, ao menos quatro categorias entraram em greve para pressionar o poder público ou os empresários que prestam serviços à população a dar continuidade nas negociações salariais e de reivindicações trabalhistas. De acordo com eles, esta foi a única alternativa para conseguir um posicionamento, apesar dos transtornos enfrentados pela população durante os períodos de greve.

Entre os setores que tiveram os serviços interrompidos estão os motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo, os trabalhadores responsáveis pela limpeza pública e os educadores municipais. Em âmbito estadual, os servidores da saúde cruzaram os braços, os professores realizam uma série de manifestações e paralisações, enquanto os funcionários do Detran-PR prometem parar as atividades na próxima semana. Ainda está em andamento a greve dos servidores federais.

“Hoje, infelizmente, os servidores públicos não têm garantia de negociação. Diferente do setor privado, que tem uma data base e as empresas são obrigadas a negociar”, explica o economista do Dieese, Sandro Silva. Ele também pontua as reivindicações sobre o plano de carreira como itens que nem sempre são abordados pelo poder público. O economista cita ainda um “vácuo na lei”, que não determina a realização de negociações com as categorias para que seja determinado o reajuste.

De acordo com Silva, as conquistas variam de acordo com cada categoria e dependem ainda da relação histórica de negociação entre os sindicatos e a administração, seja ela municipal, estadual ou federal. “Dependendo da administração, a conversa não chega e a greve ajuda a criar a situação, como não tem garantido em lei nem o prazo que os debates devem acabar, muitas vezes as discussões se arrastam por anos, sem que nada avance”, diz.

“A greve foi utilizada como último argumento. Até o dia da greve, não houve proposta por parte das empresas de ônibus. Começamos a negociar em novembro de 2013, mas desde esta data não houve avanço e a data base para negociação estava chegando, por isso tivemos que entrar em greve. A paralisação foi o último artifício usado para dar andamento nas negociações. Infelizmente foi a única forma de sermos ouvidos”, conta o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), Anderson Teixeira.

Entre os educadores municipais, que encerraram a greve no último sábado, a negociação era diretamente com a prefeitura de Curitiba. “Suspendemos a greve porque tivemos uma negociação com o prefeito. Foi a primeira vez que ele sentou com a categoria para dialogar. Não estávamos avançando com os secretários, então forçamos a barra e o prefeito se comprometeu a apresentar uma proposta”, afirma Juliano Soares, dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).

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