150 mil sem luz na Grande Curitiba e no Norte

Mais de 150 mil pessoas ficaram sem energia somente na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e em Londrina, ontem. As fortes chuvas que começaram no final da tarde vieram acompanhadas de raios, granizo e rajadas de vento. Elas fizeram com que várias fontes alimentadoras da Companhia Paranaense de energia (Copel) fossem atingidas. Somente em Curitiba, até 19h30, 50 mil domicílios haviam ficado sem luz. São José dos Pinhais, Balsa Nova, Lapa, Mariental, Quitandinha, ao sul e Borda do Campo, quatro Barras e rio Branco do sul, ao Norte foram atingidas também.

A Copel informou que os problemas estavam sendo resolvidos gradativamente.

Em Londrina, 67 mil pessoas ficaram sem luz com o temporal que começou às 17h. Por volta de 19h a energia já havia sido restabelecida.

Temporal

A ensolarada sexta-feira em Curitiba acabou com uma forte chuva de granizo no final da tarde. As áreas mais atingidas foram a região do bairro Mercês, o Centro Cívico e os bairros da zona sul da cidade. Segundo o meteorologista Marcelo Bauer, do Simepar, a previsão para amanhã (sábado) é de um dia muito parecido com hoje (sexta). Tempo bom pela manhã, muito calor e pancadas de chuva durante a tarde e noite”, afirmou.

Até as 18h15 de ontem nenhum registro havia sido feito pela Defesa Civil na capital. Nenhuma vítima ou pessoa com prejuízo devido às pedras de gelo procurou atendimento até o final da tarde. (Lawrence Manoel)

União da Vitória calcula os prejuízos

Ontem foi dia de colocar a casa em ordem e calcular os prejuízos em União da Vitória, município localizado a 240 quilômetros de Curitiba e que foi atingido por um forte temporal de granizo na última quinta-feira. Estima-se que quase metade da cidade tenha sido afetada: cerca de 5 mil casas, além de estabelecimentos comerciais e prédios públicos. Segundo o prefeito de União da Vitória, Hussein Bakri, os prejuízos podem chegar a R$ 1 milhão.

“Passamos a noite fazendo o atendimento à população e cadastrando as famílias carentes que devem receber as telhas tipo eternit”, afirmou o prefeito. Segundo ele, o comércio funcionou precariamente ontem no município. Postos de saúde foram danificados, assim como a Prefeitura. Também não houve aulas na rede estadual e municipal, nem nas quatro faculdades locais.

“Não houve problemas de saúde nem enchente”, informou o prefeito, que decretou estado de emergência. “O problema é que a maior parte das casas atingidas (cerca de 70%) é de famílias de extrema baixa renda.” Segundo ele, cerca de 4 mil famílias já foram atendidas, através da distribuição de lonas. Os bairros mais atingidos foram Limeira, Bela Vista, São Bernardo, Rocio, Rio da Areia, Lagoa Dourada, Ponte Nova, Navegantes e o distrito de São Cristóvão. A zona rural não foi atingida.

Para o prefeito, a situação só deve ser normalizada quando todas as telhas de fibro cimento (tipo eternit) forem distribuídas. Ele estima que sejam necessárias cerca de 120 mil chapas. “Moro aqui desde que nasci e nunca vi nada parecido”, comentou o prefeito, referindo-se ao forte temporal.

Defesa Civil

De acordo com o chefe da Divisão Estadual da Defesa Civil, capitão Éveron Cesar Puchetti Ferreira, que sobrevoou ontem o município, a situação está sob controle. “Não há famílias desabrigadas. Os parentes e amigos auxiliaram uns aos outros”, comentou. A Defesa Civil estadual, segundo ele, já enviou 110 bobinas de lonas plásticas ao município, além de roupas e barracas. Hoje, devem ser levadas cinco carretas de telhas fibro-cimento, totalizando quase 16 mil telhas. “Não é o suficiente para atender toda a área atingida, mas nossa maior preocupação é atender os bairros carentes”, afirmou. Uma equipe da Defesa Civil deve permanecer no local por mais de quatro dias para fazer o levantamento completo dos estragos. O governador em exercício, Orlando Pessuti, também sobrevoou ontem o município.

Mais chuva

Conforme a previsão do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), a região de União da Vitória pode ser atingida por mais pancadas de chuva nos próximos dias. Ontem à tarde, havia a possibilidade de novo temporal de granizo, segundo o meteorologista Marcelo Brauer. (Lyrian Saiki)

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