Curitiba zera infecções por HIV em crianças

Durante todo o ano de 2013, Curitiba não registrou nenhum caso de menor de 13 anos infectado pelo vírus HIV, transmissão que geralmente ocorre durante a gestação, da mãe para o bebê ou na amamentação. Em 2012, foram registrados três casos de crianças infectadas.

“É um alívio saber que meu filho vai crescer saudável, sem precisar tomar remédios por toda a vida”, diz A.S, 21 anos, soropositiva, que deu a luz a um bebê saudável em dezembro e é mãe de um menino de três anos infectado pelo HIV.

Casos como o de A.S, que mesmo tendo o vírus da aids teve uma criança não infectada, estão sendo possíveis graças ao fortalecimento do programa Mãe Curitibana e Rede Cegonha, feito pela Secretaria Municipal da Saúde.

O coordenador do programa Mãe Curitibana, Wagner Dias, ressalta que quando a gestante inicia o pré-natal em uma das 109 unidades básicas de saúde de Curitiba, são realizados os testes para HIV e sífilis. “O teste é feito duas vezes durante a gestação e o teste rápido no momento em que a gestante dá entrada na maternidade. Quando detectado o vírus, a gestante recebe acompanhamento de um infectologista e inicia o tratamento com retrovirais na 15ª semana”, explica Dias.

No ano passado, 96 gestantes soropositivas foram acompanhadas em Curitiba e não ocorreu nenhuma transmissão vertical do vírus. Na rede pública, o Hospital das Clínicas é considerado referência para realizar o parto nesses casos, mas todas as maternidades estão capacitadas a fazer o parto com segurança, pois possuem o kit para fornecer para a mãe o para o bebê assim que nasce.

“A maior adesão das mulheres ao pré-natal, o início precoce do tratamento com antiretrovirais e a extinção da fila, que chegava a três meses de espera para os exames de risco do pré-natal, contribuíram para que nenhuma criança fosse infectada pelo HIV em 2013”, ressalta Dias.

“Tenho dois filhos e sei que o mais velho vai ser discriminado por esta herança que estou deixando pra ele. Além de precisar de remédios por toda a vida, vai sofrer com o preconceito da sociedade e isso dói demais”, diz A.S..

Voltar ao topo