Bolso Inteligente

Ter um carro zero custa muito mais que o preço de venda

Ao comprar um carro, muitas pessoas procuram observar apenas o quanto terão que desembolsar para colocar aquele possante tão desejado na garagem e esquecem das novas despesas que acabaram de contrair. Uma pesquisa feita pela Proteste – Associação de Consumidores revelou que o custo para manter um automóvel durante os três primeiros anos é equivalente ao valor do veículo.

A pesquisa foi feita com os dez modelos mais vendidos no país e levou em consideração os gastos com combustível, limpeza, revisões, IPVA, seguro obrigatório, seguro contra sinistros, licenciamento e o valor de depreciação que os automóveis novos sofrem ao sair da concessionária. “Constatamos que a maioria das pessoas vai às compras sem pesquisar o quanto aquele veículo custará por mês”, observa a supervisora da Proteste, Sônia Amaro.

Conforme a pesquisa apontou, o custo mensal para manter um automóvel pode alcançar em torno de R$ 800, e varia de modelo para modelo. De acordo com Sônia a relação de custo e beneficio não pode ser calculada apenas pelo valor de aquisição dos automóveis. “Na hora de pesquisar o consumidor deve estar atento para custo mensal do veículo. Para manter um carro sem abrir mão da comodidade é preciso calcular bem”, orienta a supervisora.

Especialistas recomendam para o consumidor que optar por uma compra a longo prazo não comprometer mais do que 10% do orçamento com prestações. “Entrar numa compra parcelada de um automóvel requer prudência, pois caso ocorra uma emergência, a pessoa não seja obrigada a recorrer a empréstimos, ou se torne inadimplente como acontece em muitos casos”, alerta o economista do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), Daniel Rodrigues Poit.

Daniel acredita que a maioria dos consumidores não se prepara corretamente para adquirir um automóvel dentro de suas próprias condições. “As pessoas se esquecem de que comprar um carro não é um investimento, e sim uma despesa. Invariavelmente elas terão mais gastos”, diz o economista.

Dica é evitar consórcio e leasing

Felipe Rosa
Se for pagar à vista, comprador deve negociar vantagens e descontos.

Especialistas orientam o consumidor sobre qual é a melhor forma de pagamento na hora de comprar um carro novo. “Todos sempre falam que comprar à vista sempre é a melhor maneira, mas nessa hora o comprador deve negociar o máximo de vantagens e maiores descontos. Quem compra a vista abre mão de investir esse dinheiro e deve buscar o melhor retorno”, explica Daniel Poit.

Para Daniel, outra boa maneira de adquirir um carro é buscar o financiamento em concessionárias com juros baixos. “Em um financiamento sempre buscamos a concessionária que oferecer os menores juros. Em alguns casos, o próprio banco também pode ofertar juros baixos”, diz Poit.

O economista também alerta o consumidor sobre o risco de entrar em um consórcio. “Esse tipo de compra apenas vale a pena se você é sorteado até o terceiro mês. Caso contrário, é preferível se disciplinar e abrir uma poupança”, afirma Daniel. O economista ainda recomenda que o consumidor evite o leasing, pois se trata de um contrato de empréstimo. “Esse tipo de contrato serve apenas para empresas que querem utilizar veículos por determinado tempo. O consumidor comum nunca deve buscar essa negociação”, previne.

Usados estão em alta

Uma alternativa para quem pretende comprar um carro são as revendedoras de seminovos. Com o fim dos descontos sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros novos, o mercado de veículos usados prev&eci,rc; crescimento em 2014.

Para o presidente da Associação de Revendedores de Veículos Automotores do Paraná (Assovepar), Silvan Dal Bello, com o aumento do preço que os carros novos devem sofrer neste ano, a expectativa de vendas é alta. “Quando surgiu esse incentivo do IPI para aquisição de carros novos, em um primeiro momento tivemos uma queda nas vendas. Agora, sem esse desconto, a tendência é a procura de seminovos aumentar”, afirma Silvan.

Conforme o presidente da Assovepar, o consumidor está mais cuidadoso. “Notei que nos últimos anos as pessoas estão preferindo fechar compras com parcelas menores, em até 24 vezes. Aumentaram até as compras à vista, coisa que era muito rara de acontecer”, conta Bello.

Silvan ainda alerta que o consumidor observe o estado de conservação, quantos donos o veículo teve, os acessórios de fábrica e a garantia. De acordo com ele, muitas pessoas optam pelo seminovo, pois pelo mesmo valor de um automóvel zero básico, elas compram um carro completo, com acessórios de fábrica. “Ao tirar um carro zero da concessionária, ele desvaloriza até 30% do seu valor. Pelo mesmo valor ele encontra um carro completo e em ótimas condições”, afirma.