Atendimento rápido pode minimizar sequelas em caso de AVC

Nesta terça-feira (29) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo dados do Ministério da Saúde, o AVC é responsável por, aproximadamente, 10% dos óbitos registrados em todo o país. De acordo com o neurologista do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), Marcos Lange, o rápido atendimento médico pode minimizar a chance de sequelas, por isso é importante reconhecer os sintomas da doença.

Segundo Lange, o AVC é uma doença caracterizada pelo aparecimento de um sintoma neurológico súbito, provocado por uma alteração da circulação no sistema nervoso central, seja no cérebro ou na medula espinhal. Existem duas formas de manifestação da doença: o AVC isquêmico, que é uma obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral, causando falta de circulação no seu território vascular, e o AVC hemorrágico – uma ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento de sangue para o interior do cérebro.

“Entre os principais mecanismos associados ao AVC estão a aterosclerose, causada pelo depósito de placas de gordura nas artérias, que obstruem, progressivamente, os vasos sanguíneos, causando sua interrupção, e algumas doenças cardíacas, uma vez que produzem coágulos no interior do coração e que, se não diagnosticados e tratados, podem se descolar pela corrente sanguínea e causar oclusão nos vasos cerebrais”, afirma o especialista.

Sintomas

Lange alerta que as pessoas devem estar atentas para os sintomas que podem auxiliar na identificação da doença. Entre eles estão: fraqueza ou formigamento do rosto, perna ou braço (especialmente em apenas um lado do corpo); confusão, compreensão ou falas alteradas; modificações observadas na visão, equilíbrio, coordenação ou andar. Além disso, tonturas e dores de cabeça súbitas e intensas, sem causa aparente, também podem ser sinais de início do desenvolvimento de um AVC.

Caso sejam verificados estes sintomas, a pessoa deve ser encaminhada com urgência para um hospital que possua uma equipe médica capacitada e especializada em doenças cérebrovasculares. Pacientes com AVC isquêmico, o mais comum, quando atendidos até 4,5 horas após o início dos sintomas, podem ser medicados com um remédio que dissolve o coágulo e minimiza a chance de sequelas.

Pós-AVC

Segundo o neurologista, aproximadamente 70% dos pacientes que foram acometidos por um AVC apresentam sequelas, por isso estas pessoas devem ter um acompanhamento médico constante. Em alguns casos, o paciente também deve ser assistido por uma equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, psicóloga e fonoaudióloga), que auxiliará na reabilitação, reinserção na sociedade e na retomada das atividades de rotina.

Como prevenir

A evolução de um AVC está diretamente ligada a fatores de risco – cuja incidência tem se tornado cada vez maior na população –, tais como pressão alta, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo e hipercolesterolemia (quantidades de colesterol acima do normal no sangue). “Para se prevenir o AVC, as pessoas devem buscar controlar os fatores de risco citados, praticar uma atividade física e manter hábitos de vida saudáveis”, aconselha Lange.

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