Dissídio marcado

Sem negociação, greve dos Correios vai para o TST

Sem perspectiva de negociação, o desfecho da greve dos trabalhadores dos Correios, que hoje completa 15 dias, será decidido pela Justiça. E já tem até data marcada: a próxima terça-feira, quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fará sessão extraordinária para julgar o dissídio coletivo, a partir das 14h30. Em Curitiba, a categoria realiza amanhã, a partir das 8h30, a segunda manifestação para denunciar o que chama de “intransigência” da estatal.

Na segunda-feira, a empresa enviou à Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Fentect) resposta negativa à contraproposta apresentada pelos empregados. No ofício, a direção informa que o reajuste de 8% sobre o salário base e de 6,27% nos benefícios é o limite do que pode conceder e vai aguardar o resultado do dissídio no TST.

Na avaliação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), a resposta era esperada. “Com lucro bilionário e investimentos milionários em patrocínios, a empresa ainda tem a cara de pau de dizer aos trabalhadores que não tem dinheiro pra nos dar aumento decente. Nós, que somos a fonte de lucro da ECT, somos obrigados a aceitar migalhas”, critica a entidade, em texto publicado em seu site. Os sindicalistas destacam ainda que a empresa silenciou a respeito do pedido de manutenção do plano de saúde, uma das principais reivindicações da categoria. O Sintcom-PR diz que está disposto a negociar, mas se a estatal esperar o dissídio, os empregados continuarão de braços cruzados.

Bancos

Já os bancários chegaram ontem ao 13.º dia de paralisação com 338 agências fechadas na Grande Curitiba. Em todo o Estado, são 1.125 unidades sem atendimento e 26,1 mil trabalhadores de braços cruzados – dos quais 14,2 mil na capital e região, o que representa cerca de 80% da categoria.

Todas as agências do Banco do Brasil e da Caixa estão fechadas na cidade. Quase todos os postos de atendimento do Santander e do Itaú não funcionam. Já as unidades do Bradesco e do HSBC estão abertas, com atendimento normal, devido às decisões judiciais obtidas pelas instituições. Segundo o sindicato, na região metropolitana não há interditos e a paralisação também atinge bancos privados.