Trabalho de formiguinha

Sociedade Protetora dos Animais enfrenta dificuldades

Em meio às inúmeras dificuldades, a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC) segue como uma das poucas opções da capital quando o assunto é atendimento a animais abandonados.

Fundada em 1972, a instituição, que não tem nenhum vínculo governamental, trabalha com apenas um objetivo: atender diariamente animais feridos e doentes, resgatados em vias públicas e retirados de seus lares por denúncias de maus tratos.

“É um trabalho de formiguinha, no qual todos os dias temos que enfrentar o que vier pela frente para tentar salvar esses animais, que sofrem muito com o descaso”, diz a presidente da SPAC, Soraya Simon.

Mensalmente, a entidade atende uma média de mil animais em sua sede no Santa Cândida. A grande maioria são cães, que chegam em estado crítico. No local, funciona uma clínica onde os animais são atendidos e tratados por uma equipe de veterinários e técnicos. “São em média 30 atendimentos por dia e abrimos todos os dias”, explica Soraya.

A SPAC conta também com uma chácara em Colombo. Lá, ficam os animais já tratados e que ainda não receberam um destino pelos meios de adoção. “Funciona assim: recebemos os animais na nossa sede, tratamos e fazemos o que podemos para salvar. Sempre disponibilizamos esses animais para doação. Os que não conseguimos um lar, encaminhamos para nossa chácara, onde aguardam a adoção”, diz a presidente.

Doações são fundamentais

Como não conta com nenhum apoio governamental, a instituição sobrevive praticamente de doações. “Quase sempre precisamos enviar alertas pelas redes sociais e pelo nosso site. Precisamos sempre dessas, que ocorrem com frequência, mas muitas vezes não são suficientes”, alega Soraya.

Para ajudar nas contas da SPAC, a clínica localizada na sede cobra preços módicos pelos serviços. “São pessoas de baixo poder aquisitivo que nos procuram porque sabem que não praticamos o preço de mercado. Fazemos todo o atendimento e cobramos o preço de custo e até mesmo preços simbólicos pelo serviço. Até parcelamos muitas vezes. Mas é um jeito de arrecadarmos algum dinheiro, que ajuda na manutenção da nossa estrutura”, revela.

Sete pessoas trabalham com carteira assinada para a SPAC, além dos custos com remédios, ração e o aluguel da sede da instituição. “Os encargos são muito pesados, principalmente os trabalhistas. Além disso, os remédios são caros. Só de ração, a SPAC consome cerca de 300 quilos por mês. A casa que abriga a sede é alugada, pagamos R$ 2.200 por mês”, relata Soraya.

Chácara também preocupa

Além de se preocupar em fechar as contas da SPAC, Soraya também perde o sono por causa da situação da chácara. A estrutura da área ainda está em construção. Além disso, a instituição assinou um Termo de Ajustamento de Conduta emitido pelo Ministério Público do Paraná já que o local abriga o dobro de animais do que é permitido. “Infelizmente nossa estrutura está inacabada e não podemos fazer de qualquer jeito. Se é para fazer, temos que fazer de acordo com o que é pedido”, explica.

Mesmo com as dificuldades, Soraya não desanima em relação ao trabalho realizado pela SPAC. “Fazemos porque a gente quer ajudar e fazemos o máximo o possível para que isso aconteça. Quando cada animal é resgatado, cuidado e recuperado, é recompensador. O que queremos é o melhor para esses animais. Lutamos, trabalhamos para isso. Canso de fazer boletins de ocorrência com denúncias contra os maus tratos. Cobramos das prefeituras. Aqui em Curitiba, queremos o Centro de Urgência Veterinária, que vai ajudar e muito a situaç&atil,de;o. Muita gente acha que estamos construindo a sede da chácara para receber mais animais, mas o que queremos é atender cada vez menos animais. Quando isso acontecer, estamos no caminho certo”, conclui.

Serviço

Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba – SPAC
Rua Profª Sandália Monzon, 140 – Santa Cândida – Tel: 41 3256-8211

Horário de Atendimento ao Público
Segunda a sexta:
9h às 21h | Sáb.: 9h às 15h | Domingos e feriados: 9h às 12h
ww.spacuritiba.org.br