Greves marcadas

Manifestação dos médicos fecha a esquina das Marechais

A paralisação dos médicos, ontem, não trouxe muitos transtornos aos pacientes do Paraná. Mesmo com a adesão de aproximadamente 70% dos 22 mil profissionais do Estado, de acordo com estimativa das entidades que representam a categoria, os serviços de urgência e emergência foram mantidos. Hoje o atendimento volta ao normal, mas já está programada nova mobilização na terça e quarta da semana que vem.

As consultas eletivas nas unidades públicas de saúde, particulares e por convênio foram remarcadas. Além disso, os médicos permaneceram em algumas unidades de saúde e principais hospitais para explicar aos usuários o motivo da paralisação. Os representantes da classe participaram ainda de reunião de mediação no Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), para reforçar a garantia de atendimento emergencial e, no final da tarde, a categoria se reuniu no Centro da cidade para protestar.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que todas as unidades e as sedes das Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (UPAs) ficaram abertas e funcionando, além do atendimento aos casos de urgência e emergência. A pasta estima que a adesão dos médicos foi de 10% e a orientação aos pacientes que tinham consultas agendadas para ontem é que entrem em contato com sua unidade. No Hospital Evangélico, o protesto suspendeu 90% das consultas ambulatoriais e exames.

Reivindicações

Assim como no restante do País, os médicos paranaenses protestam contra o veto ao Ato Médico e pedem modificações na medida provisória que institui o programa Mais Médicos. “Não somos contra a vinda dos médicos, desde que sejam submetidos à revalidação. Também somos contra a obrigação dos estudantes ficarem mais dois anos para trabalhar sem vínculo empregatício. Lutamos ainda por 10% do PIB para a saúde pública”, argumenta o presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), Murilo Rubens Schaefer. Ainda sem retorno do governo federal, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM), Alexandre Gustavo Bley, aguarda por “consideração ao ouvir a classe médica”.