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Cansados, moradores da Vila Icaraí cobram Cohab

Cansados dos alagamentos e prejuízos a cada chuva mais forte, moradores da Vila Icaraí, no Uberaba, cobram agilidade da Cohab (Companhia de Habitação Popular de Curitiba) na entrega de casas do Conjunto Moradias União Ferroviário, próximo ao bolsão do complexo Audi-União. As residências estão prontas desde o início do ano, porém falta a liberação da Sanepar para que possam ser habitadas. Na sexta-feira passada, com água pela cintura, algumas famílias que aguardam a transferência da área de risco chegaram a pedir que pudessem se mudar para os novos locais mesmo com essa pendência na ligação de água e esgoto.

Segundo o presidente da Associação de Moradores Vila Jardim União, Altair Gois, 60 das 204 casas do conjunto estão prontas desde janeiro, mas falta infraestrutura. Estas moradias atenderão 190 famílias da Vila Icaraí, distante 250 metros do local. Ele relata que as unidades foram sorteadas para inscritos na Cohab em fevereiro, mas a demora da empresa responsável pela infraestrutura do conjunto habitacional impede a ocupação por quem precisa.

“Sexta-feira passada, a água dava pela cintura de quem vive na parte mais baixa da vila, perto do Parque da Imigração Japonesa e do viaduto da Avenida das Torres. Hoje (ontem), está estável, mas se chover um pouco mais, já alaga”, comenta. De acordo com Altair, das quase mil famílias que moram na Vila Icaraí, cerca de 200 devem ser realocadas – justamente as que moram na área mais crítica.

Longa espera

“Praticamente moro dentro da água”, resume o pedreiro Sebastião Antônio dos Santos, que há nove anos comprou uma casa de madeira de 60 metros quadrados perto das cavas do Rio Iguaçu. Isso foi na época da invasão da Vila Icaraí, onde vive com a esposa Maria Dolores de Meira e um cunhado. “Eu não tinha onde morar”, relata, acrescentando que “a Cohab falou que não era para construir nada porque logo iam nos tirar”. Parte do assoalho da casa dele já caiu. “Quando chove, a água entra dentro de casa. Já perdi muita coisa, como geladeira e cinco máquinas de lavar roupa. Comprei a última há um ano e já mandei para o ferro-velho. Agora estou sem nenhuma”, desabafa.

Conforme Sebastião, há cinco anos ele ouve da prefeitura que as famílias serão tiradas da área de risco. “Eles só vêm com promessa quando enche de água e na época de eleição. Fazem sete anos que estou esperando na fila da Cohab”, lamenta. O pedreiro reclama que já assinou o contrato para a casa popular duas vezes, porque precisou ser refeito, e até agora não sabe quando vai poder entrar no imóvel. “As casas estão prontas, mas falta ligar água e luz. Na chuva da semana passada, pedimos para entregarem do jeito que está, mas não aceitaram”, conta.

Entrega com data marcada

A Cohab confirmou que 60 casas do Conjunto Moradias União Ferroviário estão construídas, mas explicou que não podem ser entregues neste momento porque falta a ligação à rede de esgoto. Segundo a companhia, houve atraso na instalação da rede e a Sanepar pede 15 dias para fazer as conexões de cada residência na rede. De acordo com o órgão, a entrega dos imóveis está marcada para a partir de 8 de julho, mas a mudança das famílias acontecerá aos poucos, porque precisam ser acompanhadas por assistentes sociais. As obras foram contratadas em novembro de 2012 e a empreiteira tem prazo de dois anos, ou seja, até novembro de 2014 para conclusão. Como o cronograma está adiantado, a Cohab ressalta que a entrega pode ser antecipada.

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