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Fascínio de empresário resulta em grandes réplicas

A inquietude do menino que não entendia por que um barco de proporções gigantescas não afunda foi determinante para a construção do homem que, em meio às obrigações da vida prática, dedicou horas a fio para se aprofundar sobre a história da arquitetura naval. Tanto interesse levou o empresário e artista Franklin Delano Hojda, 66 anos, a desenvolver diversas atividades relacionadas à vontade de estar em contato com embarcações.

Munido de uma força de vontade singular, ele velejou a ponto de se consagrar campeão de várias competições. Depois passou a confeccionar barcos controlados a rádio para a prática de nautimodelismo. E isso serviu para que, mais adiante, o intrépido capitão das próprias aspirações concretizasse tanto fascínio pela arquitetura naval em réplicas de embarcações feitas manualmente em madeira. Daquela época surgiram algumas de suas criações, como o Saint Honoré (de 1746), que integrou a fragata francesa, e o mais completo de todos, na opinião de Franklin, o Agamemnon, considerado o navio favorito de Lord Nelson, herói inglês que derrotou Napoleão Bonaparte.

Apesar do interesse pela história naval continuar aceso, há nove anos o empresário vive um período sabático no que tange à confecção de novas réplicas. Ele conta que o dom se esvaiu na etapa final de construção de uma réplica de um modelo sueco. “Simplesmente perdi a vontade”, informa, com um certo pesar. “Da mesma forma que sinto que já vivi na época das grandes embarcações e quem sabe fui um capitão ou velejador, também acho que o meu dom pode ter se esvaído”, compara.

Em seu apartamento, no Batel, ele conserva os 60 títulos que custou a adquirir pelo mundo. “Ainda hoje esse tipo de bibliografia não se encontra no Brasil. Cansei de pagar excesso de bagagem por conta das raridades que nortearam o meu trabalho”, conta. Esse investimento foi motivado pelo apreço à precisão de cada detalhes de suas obras. “Sempre busquei reproduzir de forma precisa as proporções de cada modelo que construí”, justifica.

Além dos livros, ele guarda mais de 400 fotografias que registraram as etapas de um trabalho que, muitas vezes, consumiu mais de um ano para ficar pronto, em uma rotina de sete horas diárias de entalhe na madeira. Algumas das obras ele comercializa. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail franklinhojda@bol.com.br.

Veja na galeria de fotos os navios.