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Hospital de Olhos tem equipe no IML pra identificar doadores

Numa pequena sala do primeiro andar do prédio do Instituto Médico Legal de Curitiba (IML), no Centro da capital, uma equipe formada por 12 pessoas realiza um dos trabalhos mais importantes dentro do universo do transplante de órgãos e tecidos. Há pouco mais de dois anos, o Hospital de Olhos do Paraná mantém no local um grupo de profissionais 24 horas por dia com o objetivo de incentivar a doação de córneas entre os familiares que perdem seus entes.  

O trabalho da equipe consiste em diagnosticar os possíveis doadores entres os corpos que entram no IML e conscientizar os familiares em relação importância da doação. Segundo a enfermeira chefe do posto do Hospital de Olhos do Paraná, Cristiane Vidal, atualmente o trabalho do grupo junto à família tem se tornado mais tranquilo nos últimos anos. “Percebemos que as pessoas têm mais facilidade em aceitar a doação e quase não temos negativas. Acho que isso se deve um pouco à campanha em prol da doação de órgãos e tecido, mais especificamente das córneas, que acarretou no fim da fila por um transplante de córnea aqui no Paraná”, diz Cristiane.

A especialista se refere ao marco atingido em setembro de 2011, quando o Paraná entrou para o grupo de regiões que zeraram a fila de transplante de córnea. De acordo com Cristiane, hoje o banco de olhos do Hospital de Olhos do Paraná já abastece outros estados brasileiros. “Temos uma demanda grande para o Rio de Janeiro e toda a região nordeste também”, afirma.

Allan Costa Pinto
Daiane: abordagem é feita com todo cuidado.

Apesar de o projeto ser referência para outros estados brasileiros, Cristiane conta que o trabalho de conscientização e captação de córneas não pode perder o ritmo. “Se observarmos desde o início do trabalho, os números de doações manteve um crescimento constante. Só no último mês de janeiro conseguimos 162 doações. Mas é um trabalho que não pode perder fôlego. Se pararmos por dois meses, voltamos a ter filas”, revela.

Trabalho cuidadoso

Segundo Daiane Dal Magro, auxiliar de enfermagem, que trabalha na equipe do Hospital de Olhos do Paraná, a primeira conversa com família do doador em potencial é feita com muito cuidado. “Sabemos que se trata e um momento delicado e de perda. Então nós abordamos com todo o cuidado do mundo, explicamos todos os aspectos que envolvem a doação da córnea”, conta.

Ainda segundo a especialista, uma das maiores dúvidas por parte dos familiares é em relação à aparência do corpo no momento do velório. “Como hoje retiramos o globo ocular por completo, já que além das córneas, outras partes do tecido são utilizadas, as famílias ficam preocupadas com a aparência. Mas não causa nenhuma deformidade e procuramos explicar tudo da melhor maneira possível”, diz.

Procedimento

De acordo com Cristiane, após a retitrada do globo ocular, a extração do tecido tem que ser feita com um prazo. “Temos que retirar o tecido em até seis horas. Assim que chega o cadáver, analisamos se a pessoa é um doador em potencial. Se sim, falamos com a família para pedir a autorização. Quando autorizado, retiramos o globo ocular e levamos o material para o nosso laboratório onde uma série de exames, entre eles o de HIV e de Hepatite. Por fim, os tecidos são armazenados”, conta.

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