Do açougue para o sucesso no salão de beleza

Os equipamentos de trabalho mudaram radicalmente na vida profissional de Alexandre Xavier, que deixou de ser açougueiro para virar um conceituado cabeleireiro, com um salão de beleza próprio no bairro Juvevê. Alexandre se tornou um exemplo de como encontrar a verdadeira vocação pode ser uma surpresa.

Depois de trabalhar na padaria da família, Alexandre entrou em uma sociedade com o pai em um açougue, a Casa de Carnes Xavier, em funcionamento até hoje no bairro. Ele passou a trabalhar apenas pelas manhãs e achava que precisava de uma outra atividade. Começou a vender carros, mas não era o que queria. Em 2002, teve a ideia de se tornar dono de um salão de beleza, para aproveitar a expansão do setor no País.

“Eu queria ser dono de salão. Mas, para conhecer a área, me inscrevi em um curso de cabeleireiro depois de ver um anúncio no jornal. Mas no primeiro cabelo que eu peguei, sabia que eu queria fazer aquilo. Quando fiz o primeiro curso de escova definitiva, eu vi que era isto”, conta Alexandre.

A vida profissional começou quando recebeu um convite para trabalhar em um salão de beleza depois que conheceu um cabeleireiro durante um atendimento em uma loja de equipamentos eletrônicos, onde fez um trabalho temporário para ajudar os amigos. “Saí de lá e montei primeiramente um salão em uma loja do meu cunhado, no centro de Curitiba. Serviu muito de aprendizado, mas passei a procurar outro local e encontrei onde hoje está o salão, no Juvevê. Começamos com um salão bem pequeno e foi aumentando o número de cadeiras. Hoje estamos com dez colaboradores”, comenta Alexandre. O salão funciona na Rua Rocha Pombo desde 2004.

Escova definitiva sem formol

O cabeleireiro Alexandre Xavier trabalha com o recondicionamento térmico, popularmente chamado de escova definitiva. Ele faz o serviço sem o formol, substância considerada cancerígena pela Organização Mundial da Saúde. Mais do que isto, Alexandre alerta para os perigos do uso do formol, utilizado nas escovas progressivas nos salões de todo o Brasil, oferecendo riscos para clientes e profissionais. “Comecei a pesquisar sobre o formol, com a ajuda de uma farmacêutica. Estes produtos com formol estão no mercado por uma brecha em uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, comenta.

De acordo com o cabeleireiro, os produtos autorizados pela Anvisa para a escova definitiva são testados para conferir o alisamento, alcançando bons resultados. São produtos mais complexos e que demandam mais conhecimento do profissional. “Muitos optam pelo formol porque é rápido e fácil. O formol é permitido apenas como conservante do produto, na proporção de 0,2%. Neste nível, age apenas para conservar. A própria Anvisa emitiu um parecer sobre isto. Se o produto com formol alisou o cabelo, está com um nível muito maior do que este”, explica Alexandre.

O formol age na parte de fora do fio do cabelo. Ele forma uma película, que pressiona a cutícula do cabelo para o alisamento. Esta camada vai se desfazendo e o cabelo volta ao estado natural. O cabeleireiro chama a atenção para os efeitos do formol, que podem causar dermatites, calvície, edemas pulmonares, pneumonias químicas, desmaios e até mesmo câncer.

Marco André Lima
Cabeleireiro alerta para os riscos do uso da substância cancerígena.

Confira no vídeo a entrevista com Alexandre.

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