Pequeno Príncipe inova em sua jogoteca

Tamires Stefani Pereira, de 10 anos, precisa ir ao Hospital Pequeno Príncipe para fazer quimioterapia e consultas de rotina. Mas isso não a deixa triste: ela sabe que quando chegar lá vai encontrar uma atividade interessante, seja teatro, um contador de histórias ou até a visita de animais. Ontem, as crianças ganharam mais opções: a jogoteca foi ampliada. São 34 jogos diferentes, como damas, xadrez e outros ainda pouco conhecidos, como o africano macala e o europeu maze.

Há dois anos o setor de Educação e Cultura começou a desenvolver atividades com jogos e agora o acervo foi ampliado. O coordenador, Cláudio Teixeira, explica que foram escolhidos exemplares de diferentes culturas. Um deles é o maze, uma espécie de labirinto, muito famoso na Europa no século XVIII. Outro é o macala, jogado na África. Teixeira conta que quando o chefe da tribo morria, os homens passavam a noite toda jogando, quando o sol nascesse, o vencedor do torneio era o novo chefe.

Além de conhecer um pouquinho mais sobre a história de outros povos, as crianças também desenvolvem o raciocínio lógico, elaboram estratégias e também aprendem a lidar com regras. “É nesta fase que as regras se solidificam”, comenta Teixeira.

O hospital já possuía oito tipos de jogos e agora ganhou mais 34. Eles foram pesquisados por Teixeira e construídos por artesãos locais. “Todos têm regras simples. Os melhores jogos da humanidade são assim”, revela. Tamires estava jogando o norte-americano capitão Cook, que é parecido com o jogo da velha, mas inclui mais peças e o formato é diferente. Ganha quem formar mais seqüências de quatro peças. “Gosto de vir aqui, me divirto e ainda cuido da minha saúde”, explica. Entre os jogos ainda encontram-se o go, do Japão, baghal, do Nepal, e o pub, da Austrália.

A jogoteca ganhou o nome da assistente social que realizou a primeira atividade educativa no hospital e deu início ao conceito de pedagogia hospitalar. Margarida Muggiati conta que em 1988 observou que algumas crianças perdiam conteúdos escolares porque ficavam muito tempo internadas. Assim ela solicitou a presença de uma professora à Secretaria Estadual de Educação. Depois disso, o hospital não parou mais e hoje oferece mais de dez tipos de atividades educativas, culturais e de recreação. Para dar conta do recado, trabalham 378 pessoas entre contratados, voluntários e estagiários. Os jogos e os armários para guardá-los foram doados pelo Banco HSBC, tendo custo de R$ 17.700,00.

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