Sem-terra fazem protesto para tirar cinco da prisão

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam ontem a frente do Fórum de Quedas do Iguaçu, no Sudoeste do Estado. Eles pedem o relaxamento de prisão de cinco integrantes do movimento presos há quase dois meses em Laranjeiras do Sul e a revogação do pedido de prisão de outros quatro. Os sem-terra prometem não deixar o local enquanto as reivindicações não forem atendidas. De acordo a PM, cerca de mil pessoas participaram da manifestação ontem, que foi pacífica.

Segundo o juiz Leonardo Ribas Tavares, da comarca de Quedas do Iguaçu, a orientação do secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, é que sejam tomadas as medidas pertinentes para que o trabalho no Fórum não seja prejudicado. Ontem, apenas uma audiência foi realizada. “Os sem-terra estão construindo barracos de madeiras e não há prognóstico de quando devem sair”, afirmou o juiz. Segundo ele, policiais de Cascavel devem reforçar a segurança do Fórum a partir de hoje.

O juiz adiantou que o pedido dos sem-terra não deverá ser atendido. “Eles já entraram com dois habeas corpus pedindo tanto a revogação quanto o relaxamento, e o Tribunal (de Alçada) negou”, explicou. “Imagino que não é assim que as coisas funcionam. A lei existe e é para todos.”

Os cinco sem-terra foram presos em flagrante pela PM de Laranjeiras do Sul, na região Centro Oeste do Paraná. Eles foram flagrados transportando três caminhões de soja roubada do silo da Fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu. Outras quatro pessoas tiveram a prisão decretada, mas segundo o juiz, continuam foragidas. Eles são acusados de roubo qualificado, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Um dia para deixar fazenda

Termina amanhã o prazo concedido pela Justiça para que os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupem voluntariamente a fazenda Água da Prata, em Querência do Norte, Noroeste do Estado. Hoje eles participam de reunião na Secretaria de Estado da Segurança Pública, em Curitiba, na tentativa de chegar a um acordo. A reintegração de posse da área aconteceria na última quinta-feira. Cerca de 650 policiais militares foram deslocados para o local e cercaram a área. O clima era de tensão, já que os sem-terra resistiam em deixar a área. Líderes do MST ingressaram ação na Justiça, através de um advogado, solicitando prazo para desocupação. O pedido foi atendido pela juíza de Direito da Comarca de Loanda, Elisabete Khater, que concedeu prazo de cinco dias.

“Eles terão o dia todo para sair da fazenda”, salientou ontem a juíza. Aproximadamente quatrocentas famílias estão no local desde março. A fazenda Água da Prata é uma área emblemática da luta do MST pela reforma agrária no Paraná e já foi cenário de muitos despejos violentos. Em novembro de 2001, foi assassinado na área o sem-terra Sebastião da Maia.

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