Refri tradicional valoriza o sabor paranaense

Atendendo a sugestão de leitores no Facebook da Tribuna, os Caçadores foram conhecer esta semana a fábrica da Cini, hoje instalada em São José dos Pinhais. Genuinamente paranaense, ela tem 12% do mercado de refrigerantes na Grande Curitiba. Tradicional, a Cini ganhou destaque pelos diferentes sabores que trouxe ao consumidor.

Como o próprio diretor, e bisneto do fundador, Nilo Cini Jr, gosta de afirmar: “quem nunca ficou com a boca cor de rosa pela Cini Framboesa?”. O produto é o carro-chefe da empresa, que completa 109 anos em 2013, administrada pela família de Ezígio Cini, fundador da fábrica. A Cini Framboesa é responsável por 30% da produção anual de refrigerantes e bebidas não alcoólicas. Mas a grande atração é o refrigerante Gengibirra. Feito à base de gengibre, recebeu um nome italiano: gengi (gengibre) e birra (cerveja). “São 15 toneladas de gengibre por ano que usamos. Ele é todo produzido no litoral do Paraná”, conta Nilo.

A receita foi criada pelo bisavô, que fabricava cerveja artesanal usando o gengibre, como manda a tradicional receita italiana. A história de sucesso começou em 1904. A cerveja foi fabricada até a década de 40. Depois da Segunda Guerra Mundial, a empresa parou de fabricar o produto e passou a investir apenas em bebidas não alcoólicas, sempre buscando novas fórmulas.

Para 2014, quando a empresa completará 110 anos, a família prepara algumas novidades, mas no próximo mês a Cini deve apresentar um produto novo ao mercado. Para continuar com sua fatia do ramo dos refrigerantes e continuar crescendo, a família está sempre testando novos sabores. “Vamos trazer um sabor novo. A inspiração veio do vídeo ‘como se fala em Curitiba‘, que fez sucesso e eles brincam com a Cini de todos os sabores, até fruta do conde”, explica Nilo, sem revelar qual será a novidade. Apenas dá a pista de que será na linha premium, a mesma na qual foi lançada o citrus ano passado.

Também em 2012, a empresa apostou em uma nova onda do mercado, que é a volta das garrafas de 600 ml retornáveis. E a Wimi, empresa comprada na década de 1960 pela família, também deve ganhar sua versão em garrafa. “Não sabemos se será na pequena ainda”, comenta Nilo.

Marco André Lima
Wimi deve voltar a ter a versão em garrafa.

Estilo artesanal preservado

A fábrica da Cini sempre foi administrada pela família e um dos segredos do sucesso é a manutenção do estilo artesanal de produção. Ainda que a fábrica esteja repleta de equipamentos de última geração, as receitas são mantidas como o bisavô Ezígio Cini criou e as novas são produzidas também nesta linha. Mas foi difícil chegar na formula perfeita depois que o avô, Hugo Cini, primogênito de Ezígio, também morreu.

“Eu vim para a fábrica em 1985, depois que me formei, e tomei um susto quando cheguei no laboratório e vi a receitinha de caderno. Não tinha medida exata, era uma caneca disso, um balde daquilo”, conta, rindo, Nilo Cini Jr, diretor da fábrica, e que já passou por situações inusitadas por conta da herança que ajuda a conduzir. “Na formatura, quando fui receber o diploma, gritaram para mim: isso aí, gasosão vermelho”, relembra o diretor.

Veja o vídeo com a conversa com o neto do fundador.

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Marco André Lima
Produção da Gengibirra usa 15 toneladas de gengibre por ano.