Funcionários da Copel ameaçam cruzar os braços

Funcionários da Copel vão parar nos dias 22, 28 e 29 caso não tenham o pedido de reajuste salarial de 8,5% atendido pela estatal. O protesto foi decidido em assembleias dos 16 sindicatos que representam a categoria. A empresa foi notificada ontem de manhã e ainda não tem posição sobre a suspensão dos serviços.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Luis Eduardo Nunes, a Copel ofereceu reajuste de 5,58% para repor a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Porém, os colaboradores exigem mais 3% de aumento real, totalizando reajuste de 8,5%. “Iniciamos as negociações em setembro e a Copel fez sua proposta na segunda semana do mês passado. A proposta foi rejeitada pelos funcionários em assembleia no Estado”, conta. “Estamos aguardando o avanço nas negociações. Se isso não acontecer, os funcionários vão cruzar os braços”, avisa. A pauta de reivindicações abrange também melhorias nos auxílios alimentação, creche e ainda para pessoas com necessidades especiais.

Riscos

Durante a greve, serão mantidos 30% dos funcionários na ativa, como previsto na legislação. Com o contigente reduzido, a população poderá sentir os efeitos da paralisação, porque nesta época do ano são comuns tempestades com ventos que podem danificar a rede de energia, tornando mais lenta a recomposição do sistema.

Os sindicatos contestam ainda o aumento abusivo dos salários dos nove diretores. Segundo eles, em dois anos, a variação gira em torno de 60%, inclusive com a contratação de mais um profissional. “Em 2010, R$ 686 mil eram gastos com diretores e, neste ano, o gasto aumentou para R$ 1,1 milhão. Além disso, houve compra de aeronave de R$ 18 milhões. Fizeram grandes investimentos, mas falta a sensibilidade da diretoria da Copel para lidar com os trabalhadores”, aponta Nunes. Um leiturista ganha em torno de R$ 1 mil mensais. Segundo a Copel, o salário dos diretores subiu 7,3% em 2011 e 2,78% neste ano.

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