Greve

Médicos vão parar de atender planos de saúde por 15 dias

Após dois adiamentos, médicos que atendem por planos de saúde no Paraná suspenderão os atendimentos por 15 dias, a partir de segunda-feira. Em assembleia na noite de ontem, a categoria analisou caso a caso as negociações com as empresas para decidir quais serão afetadas pela paralisação. Das 69 operadoras do Estado, 66 devem interromper a prestação de serviços, atingindo mais de 1 milhão dos 2,5 milhões de usuários. Dos 17 mil médicos no Estado, cerca de 10 mil estão vinculados a planos.

A princípio, três planos estão excluídos da greve: os de autogestão das fundações Copel e Sanepar, que foram os únicos a fechar acordos considerados satisfatórios pelos médicos e beneficiam 63,5 mil usuários. Os quase 1,4 milhão de associados da Unimed também não serão atingidos, pois a cooperativa gerenciada pelos próprios médicos decidiu não aderir ao movimento. Já os 242,6 mil pacientes da Amil, maior operadora de medicina de grupo do Estado, devem ter o atendimento interrompido, porque a política da empresa é negociar diretamente com cada profissional a remuneração, não existindo, portanto, tabela de referência dos honorários.

Recibo

Durante a paralisação, os médicos só atenderão urgências e emergências. Pacientes com consultas eletivas agendadas serão avisados previamente para remarcar a data após o protesto. Caso queiram ser atendidos neste período, terão que pagar consulta particular. Podem até pedir recibo para pleitear reembolso da operadora, mas os médicos não garantem ressarcimento.

Reajuste nas consultas

As entidades de classe setoriais – Associação Médica do Paraná (AMP), Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) – reivindicam reajuste das consultas e procedimentos para o mínimo de R$ 80. Atualmente, os valores pagos apresentam grande disparidade, de R$ 35 a mais de R$ 200, dependendo da especialidade, formação, local de atuação e operadora. A média é de R$ 47, mas a Unimed, por exemplo, paga R$ 42, segundo a AMP.

Inicialmente, a greve começaria no dia 15 do mês passado, em adesão ao movimento nacional. Porém, a pedido da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, a mobilização foi adiada. No dia 24, mais um prazo foi dado, até ontem. A comissão cobrou respostas de todas as empresas do Paraná à pauta dos médicos. As operadoras que não se manifestaram ou apresentaram propostas abaixo da expectativa terão o atendimento interrompido. (OP e LC)

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