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Grafiteiros mostram seu trabalho em muro de escola

Quando chegarem para estudar nesta segunda-feira, os 1,4 mil alunos da Escola Estadual Anita Canet, no bairro Nações, terão uma surpresa. O muro do ginásio de esportes que até a última semana estava pichado ganhou novas cores, resultado da parceria entre a mobilizadora local, a escola, um artista e os alunos.

A pichação deu lugar ao grafite, desenhado pelo grafiteiro Allan Marques, 21, que orientou 20 estudantes da escola na pintura do muro com o tema infância, paz e amor. Além de combater a pichação que se espalha por outras escolas, muros, paredes ou qualquer espaço “em branco” de Fazenda Rio Grande, a proposta também foi integrar os estudantes à instituição de ensino.

Compromisso

“O interesse do aluno muda com este tipo de atividade, eles se sentem parte e criam o compromisso, a responsabilidade em relação à escola. Eles sentem que o espaço também é deles”, ressalta a professora de Educação Física Zenaide Antonelo. Foi ela que organizou a atividade com a facilitadora da Rede de Desenvolvimento Local do Sesi, Valéria Luci Janhaki, enquanto a escola ficou responsável pelos materiais usados. O compromisso dos estudantes surpreendeu Zenaide. O muro foi pintado de branco na quinta-feira e permaneceu intacto até sábado, quando foi feito o grafite.

Gerson Klaina
Allan: orientação.

Ações culturais pra jovens

Gerson Klaina
Zenaide: Projeto pra outros colégios.

Para Zenaide Antonelo, a pichação também representa a necessidade de ações culturais destinadas aos jovens do município. Por isso, pretende estender a iniciativa à outra escola onde dá aulas, que também está pichada. “Se todos conseguirem fazer o trabalho, Fazenda Rio Grande vai mudar”. O grafiteiro Allan pensa o mesmo. “Perguntei aos alunos quem já tinha ido a uma galeria de arte e ninguém respondeu, mas todos já viram o grafite. Dá pra combater a pichação com o grafite sim, mas é preciso conhecer.

Muitas pessoas não conhecem o grafite, que ainda é discriminado na sociedade. Além disso, grafite e pichação são coisas distintas, não adianta falar que o grafite é a evolução do grafite que não é”, diz.

O estudante Matheus Roberto, 13, foi um dos que se interessou em participar da revitalização de parte da escola. Ele tem parede com grafite em casa, mas aproveitou para conhecer pouco mais da técnica. “Achei muito legal e gostei porque a escola não vai mais ficar feia”, comemora o garoto.