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Lixo dá lucro e gera empregos com reciclagem

O lixo que polui rios e ruas também gera renda e aquece a economia no Novo Mundo. As mesmas sacolas e garrafas de plástico que sujam terrenos baldios e margens dos córregos viram dinheiro para empresários e catadores. A reciclagem desses materiais é uma das principais atividades econômicas do bairro, que conta com diversas empresas e cooperativas de trabalhadores da área.

Na entrada de uma empresa que trabalha com material reciclável é possível imaginar como ficariam as ruas e aterros sanitários sem essa atividade. Imensas pilhas com embalagens de produtos de limpeza, alimentos e bebidas esperam para ser processadas e revendidas às indústrias que irão transformá-las novamente em garrafas e sacolas.

“Hoje as pessoas têm um pouco mais de noção do valor desses produtos. Quando meu pai começou nesta área, as pessoas davam o material de graça e ainda pagavam pra ir ao local buscar. Hoje, compramos o material dos catadores ou direto de condomínios e pagamos por quilo”, diz o empresário Marcelo Cardoso, 33 anos.

Otávio Cardoso, o pai dele, foi o pioneiro no ramo no Novo Mundo. Há 14 anos, deixou de vender feijão para reciclar lixo. “Agora muitas pessoas já abriram os olhos pra esse filão. Só aqui na rua há mais duas empresas. Mas não tem muita concorrência. Um vizinho trabalha com ferragens, outro com papel e papelão”, conta Marcelo.

Ganhos

Segundo o empresário, o lixo é um ótimo negócio. E não apenas para quem tem dinheiro para investir em máquinas e equipamentos. Um quilo de material plástico pode valer até R$ 1,10, dependendo da cor e composição. “Os catadores que conhecem os melhores lugares acordam cedo e chegam antes do caminhão do ‘Lixo que não é Lixo’. Alguns chegam a ganhar até R$ 80 por dia”, afirma.

O catador Paulo Roberto do Rosário, 44, faz uma conta mais modesta. “Um carrinho cheio rende de R$ 25 a R$ 30. Rende mais quando acho alguma coisa que dá para vender para os ferro-velhos. É um trabalho difícil, mas dá para sobreviver”, avalia. Paulo junta a maioria do material em casas onde as pessoas separam, mas também acha muita coisa na beira dos rios. “É triste ver a falta de consciência de muitas pessoas. Mas fico feliz em saber que meu trabalho ajuda a deixar a cidade um pouco mais limpa”.

Confira aqui o vídeo.