Comportamento de risco

Aids se prolifera entre jovens e idosos no Paraná

As autoridades públicas de saúde estão preocupadas com a quantidade de jovens infectados com o vírus HIV, causador da aids. No Paraná, de 1984 até 2011, 26.350 pessoas conviviam com a doença. Destes, 51,13% possuem entre 15 e 34 anos. O problema passou a ser cultural e leva em consideração o comportamento do jovem de hoje em dia. Informação existe, assim como a distribuição gratuita de camisinhas. Mesmo com isto tudo, a prevenção está sendo deixada de lado.

Especialistas não acreditam que o motivo seja a banalização da doença diante dos medicamentos existentes hoje em dia, que dão uma maior qualidade de vida à pessoa que tem o vírus HIV ou já desenvolveu a aids. Antigamente, receber a notícia da infecção e da doença era praticamente uma sentença de morte. Agora, quem tem aids consegue viver mais e com melhor qualidade de vida.

Para Elisete Maria Ribeiro, coordenadora do programa estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), está faltando uma cultura de cuidado próprio de cada indivíduo. E ainda há um comportamento comum de impulsividade. “Existe uma mudança do comportamento, com a cultura do imeadiatismo sexual, número alto de parceiros e falta de prevenção. Os jovens estão mais impulsivos aos prazeres da vida. Saem mais, bebem mais, usam mais drogas”, afirma.

A coordenadora municipal do programa de DSTs e Aids da Secretaria de Saúde de Curitiba, Claudia Novloski, confirma a preocupação com a infecção de jovens pelo vírus HIV. “Ainda não dá para falar em banalização da doença. Mas antes era uma sentença de morte ter aids e hoje temos pacientes convivendo com a doença há mais de 20 anos”, comenta.

Mas Claudia alerta que, apesar da medicação moderna que tem permitido mais condições aos portadores da doença, o coquetel de remédios ainda é muito forte e causa diversos efeitos colaterais. “A pessoa vai ter que se cuidar para o resto da vida”, lembra.

Além dos jovens, existe uma grande preocupação com as pessoas acima dos 50 anos, que também estão se infectando com o vírus HIV com maior frequência. É um fenômeno explicado pela quantidade de divórcios, novos relacionamentos, independência financeira e o uso do Viagra. “Nesta faixa etária, existe uma mudança cultural da sexualidade. No caso dos homens, vem por conta do Viagra. Nas mulheres, há a questão do padrão de vida, da autonomia. E isto puxa pelos relacionamentos ocasionais com a falta de prevenção mesmo. É mais difícil um idoso usar camisinha do que um adulto jovem”, assegura Elisete.

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