Transporte coletivo de Curitiba é criticado pelos usuários

Fila interminável, longa espera e pouco espaço. Assim é o cenário enfrentado diariamente por curitibanos que dependem do transporte coletivo. Em horários de pico – começo da manhã e final do dia – os ônibus não conseguem cumprir a tabela de horários provocando atrasos e prolongando o retorno para casa.

Implantada na década de 80, a passagem única foi disponibilizada quando os usuários passaram a utilizar roletas de acesso em terminais fechados, assim se consolidou na cidade a Rede Integrada de Transportes (RIT).

Inicialmente, a primeira capital a contar com esse modelo foi celebrizada pela iniciativa, no entanto, com o passar dos anos o aumento da quantidade de passageiros provocou mudanças significativas deixando usuários insatisfeitos.

As principais reclamações se referem ao tempo de espera, superlotação, infraestrutura das estações-tubo e segurança. Para o professor do setor de Transportes da Univer­­sidade Federal do Paraná (UFPR), Garrone Reki, uma das soluções pode ser a melhora na velocidade da operação, além do aumento na oferta e frequência dos ônibus.

“Não existem milagres, a questão precisa ser priorizada, a velocidade de um ônibus ligeirinho caiu de 30Km/h, no início das operações, na década de 90, para 22Km/h nos últimos anos, o que mostra que perdem tempo parados nos tráfego intenso da cidade”, diz.

Segundo o professor, mais corredores preferenciais para ônibus onde os veículos tenham condições de ultrapassagem podem ser uma alternativa que traduza mais eficiência no transporte coletivo. Porém, ele lembra que novas medidas implicam em custos elevados, fato que gera impasses.

Tarifa – O sistema atual permite que usuários percorram grandes trajetos, façam conexões – em terminais específicos – e paguem somente uma única passagem. Da mesma forma, aqueles que se deslocam em viagens mais curtas não contam com preços diferenciados.

Esse fato, de acordo com Reki, não é atrativo para passageiros que utilizam trechos pequenos o que acaba transferindo-os para carros ou motocicletas, uma vez que o custo-benefício é maior.

O professor explica ainda que o fato de muitos usuários percorrerem longos trajetos de um terminal a outro, ou de estações próprias para as conexões, não é fator responsável pela superlotação nesses veículos.

No entanto, uma opção seria a cobrança de forma gradativa, de acordo com os ônibus utilizados. “A melhor forma de atrair os usuários é reduzindo a tarifa, como consequência teríamos menos carros nas ruas agilizando o deslocamento”.

Por outro lado, a Urbanização de Curitiba (Urbs) acredita que a tarifa integrada agiliza o transporte, além de ser uma tarifa social beneficiando justamente aqueles que precisam percorrer trechos mais longos.

De acordo com a assessoria da Urbs, a meta estabelecida pela empresa é prestar um serviço de qualidade cada vez maior a todos aqueles que utilizam o transporte coletivo.

Por isso, um monitoramento permanente é realizado em todas as linhas para adequar trajetos, horários e números de viagens baseado na lei municipal que estabelece a permanência de seis pessoas em pé por metro quadrado.

A assessoria de imprensa informa ainda que a busca por melhorias no sistema é contínua e cita como exemplo a criação do Expresso Ligeirão – que começou a circular no final do ano passado – ampliando a oferta de lugares em 47% e com capacidade total para 250 pessoas.

De acordo com a empresa estudos estão sendo desenvolvidos para aprimorar o tráfego dos ônibus na capital. Entre as iniciativas previstas a implantação de ruas de mão única para agilizar o tráfego e proporcionar mais segurança a motoristas e pedestres, além disso, novas tecnologias de monitoramento on line do transporte e do trânsito de modo geral.

Alternativa – Uma outra possibilidade apontada pelo professor Garrone Reki envolve iniciativas conjuntas. Para ele a mudança no horário de funcionamento de alguns órgãos públicos, como prefeitura, escolas e universidades pode representar um diferencial no contingente de pessoas que se deslocam ao mesmo tempo.

O professor cita o exemplo da capital colombiana, Bogotá, onde a prefeitura modificou o horário de atendimento fazendo com que o tráfego tivesse uma melhora de 5%.

A ideia também é compartilhada pela Urbs que informou a existência de algumas propostas a universidades para partilhar horários, ou seja, as instituições teriam as aulas iniciadas em diferentes momento, por exemplo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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