Natureza

Onça capturada em Tibagi deve ser solta nesta quarta

Quase nove horas depois de ser avistada no alto da árvore no quintal de uma residência no centro de Tibagi, a Onça-Parda que chamou a atenção dos moradores foi finalmente resgatada por equipe de biólogos e veterinários que trabalham na obra da Usina Mauá, em Telêmaco Borba.

Os especialistas tiveram de usar quatro dardos com sedativo para tentar imobilizar a Suçuarana, que despencou do galho no final do dia (segunda-feira, 24) e foi acolhida numa rede. Apesar de ter reagido e se debatido bastante, o felino que pesa entre 25 e 30 quilos foi capturado e levado a uma reserva ambiental na cidade vizinha.

Damil de Azevedo Filho, biólogo que participou do resgate, conta que o animal tinha um ferimento pequeno no pescoço e receberá atendimento especializado. “Nenhum dos quatro dardos penetrou bem a pele dela. Cada dardo soltou um pouco do anestésico no animal. O resgate foi bastante complicado porque em situação de estresse, o animal libera grande descarga de adrenalina”, relata.

A onça, também conhecida como Puma, ficará em observação por 48 horas e depois receberá nova avaliação médica. “Se o bicho não tiver lesão e seu estado de saúde for favorável, ele deve ser solto ainda nesta quarta-feira [26] na própria reserva”, garante o soldado Evaldo Correia, da Polícia Ambiental/Força Verde.

Além da equipe de biólogos, dois policiais da Força Verde participaram da ação de captura. Com uma escada, um deles tentou resgatar a onça no topo da árvore, mas ela fugiu e buscou abrigo em outra árvore. “É um animal com entre 10 a 12 meses de vida e bastante arisco”, relata Damil.

“É uma filhote, mas já não é totalmente dependente da mãe, está desmamada e sabe caçar”, defende, ressaltando que ela deve se adaptar novamente à vida na mata. “A reserva em que será solta tem grande quantidade de mamíferos de pequeno porte, que servem de alimentação”, acredita.

Para ele, acostumado a capturar animais na área da construção da usina, a situação foi inusitada. “Já vi onças passando perto do carro, mas ter contato mesmo foi a primeira vez. Um animal desse, predador, topo de cadeia, felino, é difícil de encontrar e vou lembrar sempre, carregar essa experiência para o resto da vida”, revela.