Dentistas podem identificar abusos sexuais contra crianças

A pedagoga e especialista em pedofilia, Tânia Guerreiro, afirma que pelo comportamento pode-se identificar se a criança está sofrendo abusos sexuais. São inúmeros os sintomas da criança que sofre abusos de pedófilos, entre eles, tristeza, agressividade, distúrbios do sono e de alimentação, ficar horas debaixo do chuveiro, esconder o corpo com roupas compridas, não encarar nos olhos, rendimento escolar baixo, automutilação, entre outros comportamentos.

Temas de interesse social como maus tratos à criança e pedofilia estão sendo discutidos no II Congresso de Odontologia Militar do Paraná (II Compar) que acontece paralelamente ao XI Congresso Internacional de Odontologia, na ExpoUnimed,  em Curitiba. Os dois eventos começaram nesta quinta-feira (6) e vão até sábado (8). Uma das discussões é colocar o dentista aliado na identificação de abusos contra crianças.

A odontopediatra Mariana Perotta explica que o dentista pode ficar atento aos maus tratos cometidos contra crianças, porque a maioria das agressões acontece na região da cabeça e do pescoço. “Com o conhecimento do que seria normal e da alteração ocasionada por algumas doenças, dá para suspeitar das agressões”, diz a odontopediatra.

A orientação quando há suspeita de agressão, segundo Mariana, é denunciá-la ao Conselho Tutelar. “É uma questão de cidadania”, avalia a odontopediatra, ressalvando que a criança tem de passar por um exame de corpo de delito para o diagnóstico.

Segundo Mariana, hoje o dentista tem uma visão holística do paciente. “Nós vemos a criança como um todo. Inclusive o comportamento dela, que além de influenciar no atendimento, pode dar sinais de que alguma coisa possa estar acontecendo”, conclui a odontopediatra.

Cuidados

A pedagoga alerta ainda que os pais também precisam ficar atentos para evitar que o problema aconteça, como não deixar a criança dormir na casa dos outros, não permitir que ela vá a banheiro público sozinha e não chamar prestadores de serviços para a casa se a criança estiver desacompanhada dos responsáveis.

Tânia cita uma pesquisa feita no Brasil, em 2005, que aponta que uma criança é abusada a cada oito minutos, sendo que 67% dos abusos são domésticos e cometidos por padrastos e 20% pelos pais. Segundo pesquisa das Organizações das Nações Unidas (ONU) feita em 2007, há 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos abusados no mundo.