Gambás invadem várias residências no Xaxim

Várias residências da Rua André Ferreira de Camargo, no Xaxim, enfrentam a invasão de gambás. Os moradores estão preocupados, pois dizem que os animais entram na sala, nos quartos, na cozinha e na lavanderia.

Na casa de Claudete Albuquerque a situação está complicada. Ela conta que os gambás já comeram as frutas da mesa e encontrou uma ninhada no balde quando foi limpar a casa.

Isabel Santos, proprietária de outra residência, diz que já tirou de casa um casal de gambás, mas contou que são agressivos e avançam nas pessoas. “A gente conseguiu soltá-los no mato, mas esses dias fui atacada. Os gambás se arrepiam, soltam grunhidos e cheiro muito forte”, contou. Ela está desesperada e conta que ficou fora de casa por conta dos bichos. “Esses dias não me deixaram entrar em casa, me atacaram”, reclamou.

Um gambá foi morto pelo cão da vizinhança. Isabel disse que já telefonou para vários órgãos públicos (prefeitura, Força Verde, Corpo de Bombeiros), mas ninguém a auxiliou.

Brenda Melo, moradora nos fundos da casa de Isabel, disse que não dorme mais no seu quarto de medo dos gambás. “Eles quebraram quatro ripas de madeira do teto do quarto, então fiquei com medo”, disse Brenda.

Alimento e abrigo

As famílias moram perto do Bosque Reinhard Maack. A médica veterinária e coordenadora do Serviço de Pesquisa e Monitoramento de Animais Silvestres da prefeitura de Curitiba, Luciane Popp, explica que os gambás vivem mesmo em áreas de bosque, e nos últimos anos têm saído aos poucos desse ambiente, indo para o convívio com humanos.

“São donos de extrema adaptabilidade e em todas as grandes cidades os gambás, que são da família dos marsupiais (cangurus), estão aumentando. Eles procuram locais com alimento e abrigo”, comentou.

Médica dá dicas de prevenção

A médica Luciane Popp alerta que os gambás podem atacar e morder. “Se isso ocorrer, as pessoas devem procurar um posto de saúde, porque podem transmitir raiva, fungos ou bactérias”, orientou.

No entanto, a prefeitura, segundo Luciane, não tem serviço de retirada ou acolhimento desses animais. Ela explicou que as pessoas devem procurar serviço especializado, particular.

Luciane orienta, ainda, que as pessoas não deixem alimentos ou lixo à mostra, podem as árvores com galhos grandes (esses bichos gostam disso) e fechem as aberturas dos forros, lugares onde se abrigam com facilidade.

“Colocar uma tela nas aberturas do forro é uma boa dica, “porque não vão encontrar lugar para se alojar”, orienta. Cães também espantam os gambás, então é recomendável ter cachorro em casa para o auxílio ao combate a esses bichos. “Se quiser capturar o animal pode fazer uma armadilha, e depois encaminhá-lo à Força Verde ou ao Ibama”, disse a veterinária.