Protesto pode paralisar atividades no HC amanhã

Funcionários do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, devem paralisar as atividades durante todo o dia de amanhã para protestar contra a Medida Provisória (MP) 520/2010, que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e desvincula a administração desses hospitais das universidades. A medida pode acarretar demissão de um terço dos atuais funcionários do HC.

Para não comprometer o atendimento, a tentativa é de transferir as cirurgias eletivas de amanhã dos pacientes do HC para hoje ou para a próxima sexta-feira, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR).

A paralisação é nacional – decidida em assembleia geral da categoria – e atinge todos os hospitais universitários atrelados ao governo federal. A edição da medida provisória pode prejudicar, inclusive, as pesquisas que atualmente são desenvolvidas dentro do HC, segundo análise do Sinditest.

“Com a MP, teremos uma nova empresa administrando o hospital e, se ela não quiser fazer pesquisas, ela não faz”, exemplifica o diretor de formação sindical do Sinditest, Bernardo Pilotto.

Além de protestar contra a MP, a paralisação de 24 horas serve para dar início à campanha salarial dos servidores dos hospitais. “Queremos também a garantia de pagamento dos servidores atrelados à Fundação da UFPR (Funpar)”, diz Pilotto.

O HC tem em torno de 3 mil funcionários que podem aderir ao movimento e ficar sem trabalhar amanhã. “Não vamos impedir nenhum funcionário de trabalhar, nosso trabalho é na base do convencimento. Mas o sindicato não vai deixar ninguém sem atendimento e as cirurgias de emergência serão mantidas. Estamos tentando negociar com a direção do hospital para remanejar os atendimentos. O que não pode é a direção do HC fingir que não tem paralisação e marcar tudo para amanhã”, argumenta Pilotto.

A diretoria do HC ainda não se pronunciou oficialmente se haverá algum tipo de preparação específica para amanhã, para que não ocorram imprevistos, nem se manifestou sobre a possibilidade de remarcação das cirurgias. O resultado da paralisação de amanhã será avaliado no próximo dia 16 em plenária em Brasília, depois da qual a categoria pode deflagrar greve.

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