Paranaguá contesta laudo da UFPR sobre peixes mortos

A prefeitura de Paranaguá contestou, ontem, o laudo da equipe do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), referente às sardinhas xingó encontradas mortas no litoral do Estado no dia 30 de dezembro.

O laudo apontou como causa mais provável o descarte dos peixes por parte de uma embarcação, e como pouco possível a ocorrência de vazamento de produtos químicos na água. Mas a prefeitura alegou que não se pode deixar de lado esta possibilidade e por isso encomendou um nova análise paralela.

De acordo com a prefeitura, um dos motivos que levaram à nova análise foi que a embarcação que teria navegado pela Baía de Paranaguá não carregava peixes, como apontou o CEM, mas sim, camarão, o que impossibilitaria o descarte em função do volume de carga.

A possibilidade dos peixes mortos terem sido descartados na água por um navio pesqueiro está sendo investigada pela Polícia Ambiental do Paraná e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os órgãos analisam informações sobre as embarcações que circularam na baía entre os dias 28 e 30 de dezembro.

Outro motivo, segundo a prefeitura, é que foi necessário coletar amostras da manta de contenção usada pela empresa Aninpa, presente na área portuária do Porto de Paranaguá.

Em seu perfil no Twitter, o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, afirmou ontem que acredita na hipótese de derramamento químico e que o documento do CEM não é definitivo.

A prefeitura informou que sua análise deve ficar pronto em 12 dias. O CEM vai continuar fazendo análises, e amanhã pode divulgar alguma informação sobre a possibilidade de contaminação da água com amônia.

Há, ainda, informações controversas quanto à quantidade de peixe morta: o Instituto Ambiental do Paraná e a Defesa Civil de Paranaguá informaram que não passa de cinco toneladas, mas a prefeitura vai fazer uma nova contagem, já que cogita-se que seriam pelo menos dez toneladas.